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Festival de Brasília vê país "exuberante"
41ª edição do evento, que começa hoje, tem domínio de documentários sobre "raízes e cultura" do Brasil
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro abre hoje sua
41ª edição com uma exibição
especial de "São Bernardo"
(1972), de Leon Hirszman.
A adaptação de Hirszman da
obra de Graciliano Ramos foi
restaurada, no projeto de recuperação da obra completa do
diretor, conduzido por Carlos
Augusto Calil, Lauro e Eduardo
Escorel, com edição em DVD.
A partir de amanhã, quando
começa a disputa pelos troféus
Candango, "Brasília vai encontrar um Brasil maravilhoso na
tela", afirma o diretor do festival, Fernando Adolfo.
Dos seis longas em competição, quatro são documentários
e "coincidentemente, todos
trazem uma brasilidade exuberante, falando da cultura e das
raízes do Brasil", diz Adolfo.
A exuberância não exclui a
abordagem da miséria ou de aspectos controversos do país.
Em "À Margem do Lixo", Evaldo Mocarzel enfoca a vida de
catadores de papel e outros materiais recicláveis em São Paulo. Já o diretor André Luís da
Cunha oferece uma perspectiva da história dos índios guarani na América do Sul e um registro de sua luta atual pela demarcação de terras em "Nande
Guarani (Nós Guarani)".
Tendo como fio condutor o
sanfoneiro Dominguinhos, "O
Milagre de Santa Luzia", de
Sergio Roizenblit, traça um painel da presença da sanfona na
paisagem cultural de distintas
regiões do país.
O documentarista Geraldo
Sarno ("Viramundo", 1968)
apresenta um longa sobre a vida do general pernambucano
José Ignácio de Abreu e Lima,
que combateu ao lado do libertador venezuelano Simón Bolívar (1783-1830), em "Tudo Isto
me Parece um Sonho". O filme
também trata de seu próprio
processo de feitura.
As duas ficções na disputa
são assinadas por Kiko Goifman ("Filmefobia"), que tem
extensa carreira no documentarismo, e por Rosemberg Cariry ("Siri-Ará"). "Filmefobia"
acompanha um cineasta (Jean-Claude Bernardet) que tenta
rodar um documentário sobre
fóbicos, colocando-os diante
dos objetos de suas fobias.
Na trama de "Siri-Ará", após
um período de exílio na França,
o mestiço brasileiro Cioran empreende uma viagem de autoconhecimento no sertão brasileiro, entremeada por encontros com guerreiros do reisado
e índios das bandas de pífanos.
Segundo Adolfo, a premiação, no dia 25/11, manterá as
categorias de melhor ator e
atriz em papéis principais e
coadjuvantes, embora haja só
duas ficções na disputa. Na sexta, Nelson Pereira dos Santos
será homenageado "pelos 80
anos de vida e 58 de cinema".
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