São Paulo, terça-feira, 18 de dezembro de 2007

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Turbo Trio une música eletrônica e jamaicana

Formado por BNegão, Tejo Damasceno e Alexandre Basa, grupo lança "Baile Bass'

Disco traz participações de Deize Tigrona, DJ Chernobyl e Bonde do Rolê; trio fez sua estréia na Europa em 2005, antes de tocar no Brasil

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As influências são muitas e se estendem de vertentes da música eletrônica à jamaicana. "O denominador comum são os graves, e as batidas por minuto, bem aceleradas", resume Tejo Damasceno sobre o Turbo Trio, que faz show hoje no Rio. Ao lado de BNegão (ex-Planet Hemp e atual Seletores de Freqüência) e do multiinstrumentista Alexandre Basa, Tejo (um dos três produtores do coletivo Instituto) lança "Baile Bass", disco de estréia do trio.
Unir miami bass e raggamuffin -dois gêneros da década de 80 voltados para as pistas- era um projeto antigo do rapper BNegão e de Tejo, que demorou a chegar em estúdio.
Mas foi com essa mesma proposta e vocais dos MCs Speed e Black Alien que Tejo fez sucesso na Europa em 2003, com "Quem que Caguetou?", trilha de um comercial veiculado no continente. A faixa ganhou remix de Fatboy Slim, impulsionou a febre do funk carioca lá fora -apesar de não ser um funk, como pontua o produtor- e fez com que Tejo e os dois MCs estampassem a capa do caderno de cultura do britânico "Guardian", em uma matéria sobre o gênero carioca.
Com respaldo lá fora, que BNegão também gozava por suas turnês com o Planet Hemp, o então empresário do Instituto marcou três shows do projeto, ainda embrionário, na Europa -o primeiro no festival francês Eurockéennes, com Kraftwerk e Sonic Youth entre as atrações. "A gente tinha que fazer as músicas, criar um nome em três meses... Pegamos bases que eu tinha guardado, letra que o BNegão já tinha feito...", ri Tejo, sobre o que serviu como esboço para "Baile Bass".
Foi quando Alexandre Basa, que produziu faixas com timbres jamaicanos e eletrônicos para disco solo de Black Alien, consolidou o trio.
Depois daquela primeira turnê, munido apenas de uma página no site MySpace, o grupo foi atração do festival Skol Beats, voltou à Europa no ano passado e fez alguns shows no Brasil. O último foi no festival Eletronika. "Acho que ter começado lá fora ajudou a encher shows aqui", diz Tejo.

Mais melodia, menos rap
Lançado previamente no Japão, "Baile Bass" passeia por várias influências do grupo -"Dibituca" se encaixa em um baile funk, enquanto "Muito Além" é explicitamente jamaicana-, para as quais BNegão adapta seus vocais. "Sou um cara mais ecumênico do que separatista. Ouço raggamuffin há 20 anos, foi natural para mim cantar sobre essas bases", conta o MC, conhecido por sua ligação com o hip hop. "Tentei fazer mais melodia e botar menos rap", conta. O disco traz ainda participações de Deize Tigrona, DJ Chernobyl e Bonde do Rolê, de quem Tejo mixou "With Lasers".
O trio prepara uma turnê pelos Estados Unidos para o início do ano. Dessa vez, com o disco na mala.


BAILE BASS
Artista: Turbo Trio
Gravadora: YB Music
Quanto: R$ 30, em média
Show: hoje, às 20h, Espaço Cultural Oi Futuro (r. Dois de Dezembro, 63, Rio de Janeiro, tel.: 00/xx/21/3131-1060,
ingr.: 1 kg de alimento ou 1 livro)



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