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Turbo Trio une música eletrônica e jamaicana
Formado por BNegão, Tejo Damasceno e Alexandre Basa, grupo lança "Baile Bass'
Disco traz participações de Deize Tigrona, DJ Chernobyl e Bonde do Rolê; trio fez sua estréia na Europa em 2005, antes de tocar no Brasil
BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As influências são muitas e se
estendem de vertentes da música eletrônica à jamaicana. "O
denominador comum são os
graves, e as batidas por minuto,
bem aceleradas", resume Tejo
Damasceno sobre o Turbo Trio,
que faz show hoje no Rio.
Ao lado de BNegão (ex-Planet Hemp e atual Seletores de
Freqüência) e do multiinstrumentista Alexandre Basa, Tejo
(um dos três produtores do coletivo Instituto) lança "Baile
Bass", disco de estréia do trio.
Unir miami bass e raggamuffin -dois gêneros da década de
80 voltados para as pistas- era
um projeto antigo do rapper
BNegão e de Tejo, que demorou a chegar em estúdio.
Mas foi com essa mesma
proposta e vocais dos MCs
Speed e Black Alien que Tejo
fez sucesso na Europa em
2003, com "Quem que Caguetou?", trilha de um comercial
veiculado no continente. A faixa ganhou remix de Fatboy
Slim, impulsionou a febre do
funk carioca lá fora -apesar de
não ser um funk, como pontua
o produtor- e fez com que Tejo e os dois MCs estampassem
a capa do caderno de cultura do
britânico "Guardian", em uma
matéria sobre o gênero carioca.
Com respaldo lá fora, que
BNegão também gozava por
suas turnês com o Planet
Hemp, o então empresário do
Instituto marcou três shows do
projeto, ainda embrionário, na
Europa -o primeiro no festival
francês Eurockéennes, com
Kraftwerk e Sonic Youth entre
as atrações. "A gente tinha que
fazer as músicas, criar um nome em três meses... Pegamos
bases que eu tinha guardado,
letra que o BNegão já tinha feito...", ri Tejo, sobre o que serviu
como esboço para "Baile Bass".
Foi quando Alexandre Basa,
que produziu faixas com timbres jamaicanos e eletrônicos
para disco solo de Black Alien,
consolidou o trio.
Depois daquela primeira turnê, munido apenas de uma página no site MySpace, o grupo
foi atração do festival Skol
Beats, voltou à Europa no ano
passado e fez alguns shows no
Brasil. O último foi no festival
Eletronika. "Acho que ter começado lá fora ajudou a encher
shows aqui", diz Tejo.
Mais melodia, menos rap
Lançado previamente no Japão, "Baile Bass" passeia por
várias influências do grupo
-"Dibituca" se encaixa em um
baile funk, enquanto "Muito
Além" é explicitamente jamaicana-, para as quais BNegão
adapta seus vocais. "Sou um cara mais ecumênico do que separatista. Ouço raggamuffin há
20 anos, foi natural para mim
cantar sobre essas bases", conta o MC, conhecido por sua ligação com o hip hop. "Tentei
fazer mais melodia e botar menos rap", conta. O disco traz
ainda participações de Deize
Tigrona, DJ Chernobyl e Bonde
do Rolê, de quem Tejo mixou
"With Lasers".
O trio prepara uma turnê pelos Estados Unidos para o início do ano. Dessa vez, com o
disco na mala.
BAILE BASS
Artista: Turbo Trio
Gravadora: YB Music
Quanto: R$ 30, em média
Show: hoje, às 20h, Espaço Cultural Oi
Futuro (r. Dois de Dezembro, 63, Rio de
Janeiro, tel.: 00/xx/21/3131-1060,
ingr.: 1 kg de alimento ou 1 livro)
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