São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2001 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Falta cozinha brasileira na mesa do Casa da Fazenda JOSIMAR MELO COLUNISTA DA FOLHA A o completar dois anos, o restaurante Casa da Fazenda do Morumbi mantém a atmosfera, mas adota outra via gastronômica. Ele ocupa uma antiga sede de fazenda restaurada, em pleno bairro do Morumbi. A idéia era fazer do conjunto um espaço de museu, mas o que domina o local é o restaurante. Inicialmente, o cardápio misturava pratos clássicos com sugestões brasileiras. Fazia falta uma linha mais brasileira, que se coadunasse com o entorno histórico. Talvez não fosse o que o público esperava, e a administração -da família Wickbold (da indústria de pães)- adotou o caminho inverso: o de um cardápio internacional. Para elaborá-lo, foi contratado um chef talentoso, o suíço Dominique Führer, que teve bom desempenho no Brasil anos atrás, entre 86 e 91, à cabeça do Caesar Park de São Paulo, antes de mudar-se para a Europa. Ele ficou os dois últimos meses do ano passado no restaurante implantando os pratos que agora são executados pelo chef Edivaldo de Oliveira. Com isso, perdeu-se muito das referências brasileiras, que sobrevivem principalmente nos pratos do almoço, que mudam diariamente (carne-seca na terça, feijoada no sábado). No cardápio principal, ficam pratos como o tartar de salmão (carregado na maionese), a interessante lasanha de camarões e folhas de espinafre, os tortelli verdes (muito cozidos) com recheio de alcachofras, o salmão grelhado em bom ponto ao molho de azedinha, o faisão (um pouco seco) com nozes e chá preto, o filé de cordeiro grelhado com nhoque ao molho branco. Percebe-se a passagem de Führer, mas também sua ausência na cozinha. Percebe-se o Brasil na arquitetura, mas também sua ausência à mesa. Cotação: $$$°Avaliação: regular Restaurante: Casa da Fazenda (av. Morumbi, 5.594, tel. 0/xx/11/3742-2810) Horário: de ter. a qui., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sex., das 12h às 15h e das 19h à 1h; sáb., das 12h às 17h e das 20h à 1h; dom., das 12h às 17h Ambiente: em escala de fazenda, com salão elegante e terraço aberto para um enorme jardim Serviço: errático Cozinha: principalmente francesa e irregular Quanto: entradas, de R$ 11 a R$ 22; pratos principais, de R$ 18 a R$ 45; sobremesas, de R$ 6 a R$ 11 $ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente ; ótimo ; bom ; regular (sem estrela); ruim ENFIM Carlota deve abrir no Rio em março Desembarcou esta semana em São Paulo o chef pâtissier Dominique Guérin, para seções de trabalho com Carla Pernambuco, do Carlota. Eles preparam o cardápio para a casa que Carla e o marido, Nando Buco, inauguram no Rio em março, na rua Dias Ferreira, no Leblon, depois de um ano de especulações. Dominique, um francês que fez carreira no Rio sempre como confeiteiro, será o chef de cozinha, responsável também pelos pratos salgados, que vão mesclar sua base francesa com influências asiáticas. LUTA Chef inglês vai aos tribunais Marco Pierre White, o brilhante e polêmico cozinheiro inglês (do Oak Room de Londres), entrou na Justiça contra o restaurateur Tony Allan (do Fish!). Este declarou ao tablóide "The Mirror" que nos anos 80 White teria, de brincadeira, servido a uma cliente um risoto com tinta de lula feito com... tinta de caneta. White venceu, no ano passado, um processo contra o "The New York Times", que publicou que ele teria tido "conhecidos problemas com drogas e álcool". Texto Anterior: Gastronomia - Nina Horta: Um balé de cozinheiros Próximo Texto: Assim não: Cliente sente cheiro ruim em restaurante Índice |
|