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Fortes Vilaça expõe mítica de Hollywood
DA REPORTAGEM LOCAL
Ingrid Bergman revisitada por
Andy Warhol. Bette Davis concebida em diamantes pelo artista
brasileiro Vik Muniz. A mítica do
cinema norte-americano e de todo o universo simbólico dele derivado é o fio condutor para "Hollywood Boulevard", exposição coletiva que tem inauguração hoje à
noite na galeria Fortes Vilaça.
A curadoria da mostra é do português Alexandre Melo. Ele privilegiou obras que remetem ao fascínio e à sedução exercidos pelo
desfile de imagens e pelo conceito
de "star", típicos da produção cinematográfica hollywoodiana a
partir dos anos 30 e 40.
"Considero esse culto em torno
da "star" um elemento fundamental para a compreensão da cultura
contemporânea", diz o curador,
que também levou em conta os
perigos representados pelo glamour. "Ao lado do glamour existe
uma ameaça permanente. A fama
traz consigo a possibilidade permanente de decadência."
Melo explica como escolheu o
time de 11 artistas (também eles,
de algum modo, "stars"): "Procurei utilizar-me de dois critérios.
Por um lado, escolher os artistas
consagrados e históricos que primeiro trataram da questão, como
Warhol; por outro, fazer uma seleção de artistas contemporâneos
com a maior abrangência geográfica possível. Queria obras que
não apenas falassem de cinema,
mas que abordassem a cinefilia."
Nessa linha, a galeria vai mostrar
obras de Cindy Sherman, Ed Ruscha, Julião Sarmento e Richard
Prince, entre outros.
Visões
O italiano Francesco Vezolli em
seu "O Retrato de Julia de Souza
Matos" (2004), por exemplo, estampou a atriz Sônia Braga dentro de uma estrela, numa clara remissão à calçada da fama. De seu
nariz, porém, escorre sangue.
A questão da identificação entre
os espectadores e seus ídolos aparece em "Blind Stars", série de
Douglas Gordon feita especialmente para a exposição. Retratos
de astros da história do cinema tiveram seus olhos perfurados e
substituídos por espelhos.
Não faltam menções aos cruzamentos de Los Angeles, à proximidade entre cinema e erotismo,
à estética "noir". Richard Prince
discute a questão dos estereótipos
norte-americanos por meio de
imagens promocionais de filmes e
seriados devidamente autografadas. Puro fetiche.
O fim da exposição é o fim do
filme, ou será o contrário? Ao terminar o percurso, um trabalho estampa uma tela de cinema, que,
por sua vez, traz a emblemática
palavra "End".
Hollywood Boulevard
Quando: abertura hoje, às 20h; de ter. a
sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h.
Até 11/3
Onde: galeria Fortes Vilaça (r. Fradique
Coutinho, 1.500, Vila Madalena, São
Paulo, tel. 0/xx/11/ 3097-0384)
Quanto: entrada franca
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