São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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crítica

Em CD, cantora traduz pequenos encantamentos

DA SUCURSAL DO RIO

As guerras são piores quando travadas à surdina. "Palavras de Guerra" não são só os poemas de Ruy: são as batalhas travadas na miragem do corpo que chama, assusta e frustra cantadas em "Ode Marítima" (Guerra/Francis Hime); são as dores impregnadas do amor de "Tatuagem" (Chico Buarque/Guerra), que retalha em postas; são 17 faixas em que não há o grito de dor de guerreiro, porque a voz de Olivia Hime navega na tristeza, "agonizando uma paixão vadia, maravilhosa, transbordante, feito uma hemorragia", como canta em "Bárbara" (Chico/Guerra).
É um disco de pequenos encantamentos. A voz frágil de Ruy Guerra declamando "Fortaleza"; o dueto de Olivia Hime com Olivia Byington numa simbiose em que Anna e Bárbara são quase uma só, como se a voz de uma abraçasse a de outra.
Encantamento, seja pelo piano de Francis Hime em "Tatuagem", seja pelos violões do Quarteto Maogani em "Minha" (Hime/Guerra).
Olívia está cercada de afeto -dos versos que canta, dos músicos que a acompanham.
"Máscara" (Hime/Guerra) é a mais bela surpresa, na qual se resume o disco: "A voz tremida, mas clara, desmascarada, declara que os mistérios de amor têm de ser sempre vividos corpo a corpo e cara a cara". (PLÍNIO FRAGA)

PALAVRAS DE GUERRA    
Artista: Olivia Hime
Gravadora: Biscoito Fino
Quanto: R$ 28, em média


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