São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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Fashion Rio voa alto com streetwear e requinte

No penúltimo dia, coleções da Redley e da Acqua Studio se destacam

ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN

ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

As melhores coleções do Fashion Rio até agora apareceram no penúltimo dia do evento, com os desfiles da Acqua Studio e da Redley, ocorridos ontem à noite.
A Acqua Studio, que ganhou muito com a entrada do estilista Wilson Ranieri, construiu uma imagem ultrachique, mas contemporânea, de uma elegância discreta e fundamentada em construções de modelagem tão sutis quanto precisas. Foi a única grife de perfil requintado que conseguiu rivalizar, em termos de criação, com o avanço do streetwear jovem no Fashion Rio.
O street chic atingiu um patamar forte com a coleção da Redley, tanto no masculino quanto no feminino. A grife ficou livre de certos exageros barrocos das últimas (interessantes) coleções, elaborando looks mais limpos e conseguindo bons efeitos cromáticos, mesmo com uma cartela de preto e cinzas. Malhas e moletons ganharam formas sofisticadas, sem perder a jovialidade.
A Tessuti colocou uma orquestra de 14 músicos na passarela para apresentar sua coleção inspirada no figurino dos músicos clássicos e nos anos 80, uma das referências mais fortes das grifes no Fashion Rio.
O mergulho da marca na década mais revisitada pela moda nos últimos anos trouxe de volta até mesmo as ombreiras, que ganharam destaque em sutiãs usados como top e surgiram sob blusões e casacos.
Layana Thomaz preferiu recuar até mais longe (a década de 60, especificamente), buscando seus motivos no movimento "mod" inglês -caracterizado pelo apego à alfaiataria perfeita e às formas limpas e imortalizado pelo estilo de bandas como The Who, Small Faces e Yardbirds.
A estilista poderia ter explorado mais as composições com camisas e gravatas, que foram os pontos altos do desfile. O styling, com óculos de sol quadrados e armações de grau, foi um dos mais bacanas do evento carioca.
No Rio Moda Hype -evento destinado aos novos talentos-, os designers preferiram se fixar no presente. Foram seis desfiles consecutivos e mais curtos.
A Tear Gas abriu com um manifesto contra o uso de peles de animais: na passarela, um performer usando pele de coelho era atacado pelo estilista Marcelo Iabrude, que representou um ativista em defesa dos animais.
Os jeans e os blusões de pele sintética funcionaram bem. Antes da apresentação, a marca exibiu um vídeo em que mostrou o lado mais cruel e nada glamouroso da extração de pele animal.
A Soul Seventy mostrou boas estampas de borrões e splashes de tinta e, inspirada no artista Yves Klein, pintou as roupas de duas modelos na passarela.
Outro destaque foi Athria Gomes, que foi buscar no retrô pop japonês a inspiração de suas gothic lolitas.


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