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Fashion Rio voa alto com streetwear e requinte
No penúltimo dia, coleções da Redley e da Acqua Studio se destacam
ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
As melhores coleções do Fashion Rio até agora apareceram
no penúltimo dia do evento,
com os desfiles da Acqua Studio
e da Redley, ocorridos ontem à
noite.
A Acqua Studio, que ganhou
muito com a entrada do estilista Wilson Ranieri, construiu
uma imagem ultrachique, mas
contemporânea, de uma elegância discreta e fundamentada em construções de modelagem tão sutis quanto precisas.
Foi a única grife de perfil requintado que conseguiu rivalizar, em termos de criação, com
o avanço do streetwear jovem
no Fashion Rio.
O street chic atingiu um patamar forte com a coleção da
Redley, tanto no masculino
quanto no feminino. A grife ficou livre de certos exageros
barrocos das últimas (interessantes) coleções, elaborando
looks mais limpos e conseguindo bons efeitos cromáticos,
mesmo com uma cartela de
preto e cinzas. Malhas e moletons ganharam formas sofisticadas, sem perder a jovialidade.
A Tessuti colocou uma orquestra de 14 músicos na passarela para apresentar sua coleção inspirada no figurino dos
músicos clássicos e nos anos
80, uma das referências mais
fortes das grifes no Fashion
Rio.
O mergulho da marca na década mais revisitada pela moda
nos últimos anos trouxe de volta até mesmo as ombreiras, que
ganharam destaque em sutiãs
usados como top e surgiram
sob blusões e casacos.
Layana Thomaz preferiu recuar até mais longe (a década
de 60, especificamente), buscando seus motivos no movimento "mod" inglês -caracterizado pelo apego à alfaiataria
perfeita e às formas limpas e
imortalizado pelo estilo de bandas como The Who, Small Faces e Yardbirds.
A estilista poderia ter explorado mais as composições com
camisas e gravatas, que foram
os pontos altos do desfile. O
styling, com óculos de sol quadrados e armações de grau, foi
um dos mais bacanas do evento
carioca.
No Rio Moda Hype -evento
destinado aos novos talentos-,
os designers preferiram se fixar
no presente. Foram seis desfiles consecutivos e mais curtos.
A Tear Gas abriu com um
manifesto contra o uso de peles
de animais: na passarela, um
performer usando pele de coelho era atacado pelo estilista
Marcelo Iabrude, que representou um ativista em defesa
dos animais.
Os jeans e os blusões de pele
sintética funcionaram bem.
Antes da apresentação, a marca
exibiu um vídeo em que mostrou o lado mais cruel e nada
glamouroso da extração de pele
animal.
A Soul Seventy mostrou boas
estampas de borrões e splashes
de tinta e, inspirada no artista
Yves Klein, pintou as roupas de
duas modelos na passarela.
Outro destaque foi Athria
Gomes, que foi buscar no retrô
pop japonês a inspiração de
suas gothic lolitas.
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