DA REPORTAGEM LOCAL

A vida pública é o tema debatido amanhã no "Diálogos Impertinentes", parceria do Sesc-SP com a PUC-SP e a Folha. A professora da UFRJ Tatiana Roque e a socióloga Glória Diógenes são as convidadas desta edição, mediada pelo jornalista Oscar Pilagallo e pela professora da PUC-SP Suely Rolnik.
Para Tatiana, há que se diferenciar a vida pública do Estado e de suas instituições. "O Estado esvazia o público, que deve ser entendido como algo que é de todos e de cada um", diz.
"A vida pública é aquilo que as pessoas produzem, é dinâmica", emenda.
Já Glória chama atenção para a existência de uma esfera pública invisível. "Consagramos alguns atores como protagonistas desse espaço. Por conta disso, há uma cidade borbulhante em movimento que nosso olhar fixista não alcança." Mais adiante, Tatiana constata uma mudança na maneira como o capitalismo se apropria do indivíduo: hoje em dia, as singularidades (isca para nichos específicos) são cada vez mais valorizadas, em contraposição à indiferenciação das unidades produtivas do período da Revolução Industrial.
Tal mudança não é necessariamente positiva, segundo Glória. "Há uma forte ambigüidade [nessa apologia da singularidade]. Às vezes, parece que é preciso expor a intimidade, como fez a Bruna Surfistinha, para se ter espaço."