São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 |
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Conpresp abre processo de tombamento do Belas Artes Proprietário diz que o aluguel do cinema está fora do valor de mercado GUSTAVO FIORATTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Após duas horas de reunião, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) deliberou ontem pela abertura do processo de tombamento do Cine Belas Artes, um dos cinemas mais antigos de São Paulo. Com a decisão, o tombamento ainda não é definitivo. Segundo o presidente do conselho, José Eduardo de Assis Lefèvre, a partir de hoje o órgão da prefeitura tem 90 dias para a instrução do processo. "Até lá, os elementos serão trazidos para um exame", diz. "Nesse prazo, todos os interessados poderão apresentar suas razões e também serão feitos diálogos com os proprietários." Isso significa que o cinema, que funciona desde 1943 na esquina da avenida Paulista com a avenida Consolação, ainda corre o risco de ter suas portas fechadas. O proprietário do imóvel onde a sala funciona, Flávio Maluf, em dezembro, pediu, por meio de notificação judicial, para que o dono do cinema, André Sturm, devolva o edifício até fevereiro. Além dos nove integrantes do conselho, dois advogados de Maluf fizeram uma rápida participação na reunião. Segundo Lefèvre, o locador considera a possibilidade de renovar contrato com o Cine Belas Artes, sob a condição de o aluguel se adequar ao valor de mercado. Segundo André Sturm, o proprietário já havia acordado novo valor de aluguel, que subiria de cerca de R$ 52 mil para R$ 65 mil. "Nós dissemos que toparíamos pagar esse valor. E mesmo assim, alguns dias depois, ele pediu o prédio de volta, dizendo que havia recebido uma oferta maior", diz Sturm. Os representantes de Maluf não quiseram fazer declarações a respeito do assunto. NOVO PATROCÍNIO Não é a primeira vez que o Cine Belas Artes passa por uma crise. Quando Sturm assumiu sua administração, em 2002, seu antigos proprietários haviam considerado que o negócio era comercialmente inviável. A diferença é que agora o Cine Belas Artes consegue se manter com patrocínios de grandes empresas. Desde 2003, até março de 2010, o HSBC bancou a manutenção de uma programação eclética, que exibia tanto filmes de arte como comerciais. Uma das marcas do Cine Belas Artes era o "Noitão", sessões realizadas nas madrugadas de sexta-feira que chegaram a reunir até mil espectadores. Segundo estimativa da própria administração do cinema, em 2010, o público mensal de suas salas flutuava entre 25 mil e 28 mil pessoas. Em 2010, a cidade se mobilizou para salvar o Belas Artes. Diversas manifestações e abaixo-assinados resultaram em um novo patrocínio para o cinema. Sturm afirma que a empresa interessada em bancar o cinema ainda está disposta a fechar acordo. "O problema é que não podemos assinar a parceria até termos certeza de que ficaremos naquele endereço", diz. Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Análise: Tombamento não pode garantir a continuidade do cinema Índice | Comunicar Erros |
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