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ILUSTRADA
Em sua primeira noite no Rio, integrantes da banda ficam o tempo todo no hotel e não comparecem a ensaio de escola
Stones evitam o samba e frustram os fãs
DOS ENVIADOS AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
Com mais de 60 anos de idade,
os integrantes dos Rolling Stones,
aparentemente, não precisam
mais sair para badalações noturnas para conseguir satisfação.
Em sua primeira noite no Rio,
anteontem, Mick Jagger, Keith Richards, Ron Wood e Charlie
Watts não apareceram no ensaio
da escola de samba Imperatriz
Leopoldinense, como se cogitava,
e também não fizeram qualquer
outro programa -até o início da
tarde de ontem, haviam ficado o
tempo todo no Copacabana Palace, onde estão hospedados e onde
uma multidão de fãs, turistas e repórteres os aguardavam.
A única celebridade a aparecer
foi a apresentadora Luciana Gimenez -mãe de Lucas Jagger, 6,
filho de Mick. Após passar o dia
no hotel, ela saiu às 22h15 para ir
ao ensaio da Imperatriz, onde estreará como rainha de bateria. Gimenez deixou o local depois que
as negociações para levar o grupo
ao Sambódromo fracassaram. Ela
disse que convidou Jagger para ir
à quadra da Imperatriz na noite
de ontem, após o show, mas que
não teve resposta.
Da banda, o máximo de contato
com o ar carioca veio com as aparições na sacada do hotel dos guitarristas Ron Wood e Keith Richards, que acenaram à multidão;
Jagger foi à janela apenas uma vez
para ver o palco. O baixista convidado Darryl Jones foi o único músico a deixar o hotel. Uma equipe
médica foi contratada para acompanhar a banda no Rio, e médicos
montaram um posto no hotel.
Durante o show, os Stones estariam sob observação.
Se do lado dos Stones a movimentação foi pouca, do outro lado da avenida Atlântica, na praia,
o teste de luzes do palco e a concentração de fãs chamavam a
atenção. Com cerca de 30 barracas e tendas armadas em frente ao
palco, um aglomerado de pessoas
improvisou uma espécie de festival de Woodstock. Havia diversas
rodinhas com violões, bebidas e
cigarros. A platéia confraternizava sob o olhar de policiais que
ocupavam duas tendas no local.
Um grupo de quase 20 motociclistas vindos do Rio Grande do
Sul roubou a atenção por alguns
momentos ao estacionar suas
motos na avenida Atlântica.
A noite pouco produtiva para os
fãs que esperavam a banda foi
ainda pior para os camelôs que
vendiam badulaques -camisetas, bandanas, cangas etc. Por volta das 23h50, uma operação realizada por fiscais da Prefeitura do
Rio e guardas municipais armados com cassetetes reprimiu o comércio ilegal, apreendendo a
mercadoria de diversos vendedores. O efeito foi passageiro: meia
hora após a passagem dos fiscais,
os camelôs voltaram com os produtos.
(THIAGO NEY, MARCO AURÉLIO CANÔNICO E LUIZ FERNANDO VIANNA)
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