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Sob calor de 38, público e carros lotam praia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O aterro do Flamengo na manhã de ontem já estava lotado de
ônibus com fãs dos Rolling Stones. Até o meio-dia, havia 400 carros parados. A expectativa era que
esse número atingisse o dobro até
a noite. O acesso foi interditado à
meia-noite de sábado para estacionar os carros que traziam pessoas de todo o país. De mochila
nas costas, grupos de todas as idades desembarcavam e corriam
em direção a Copacabana para
garantir lugar. Lá, sob o calor de
38, pessoas de vários Estados não
paravam de chegar; a multidão
crescia a cada minuto.
"É o maior show da vida deles, e
da minha também. Vai ficar para
a história", dizia Paula Godinho,
20, de Sorocaba, interior de São
Paulo. A estudante disse que decidiu vir ao Rio logo que soube do
evento: "Essa oportunidade de
ver minha banda preferida era
imperdível. Em Copacabana e de
graça é só uma vez na vida".
Quarenta pessoas de Governador Valadares (MG) fretaram um
ônibus para assistir de perto à
banda inglesa na praia. Líder do
grupo, a mineira Larissa Damasceno, 30, diz que aguarda esse
momento há tempos e que não se
incomodou com a distância. "Foi
um chamariz para reunir o pessoal até o Rio", afirmou.
Com gorro e óculos escuros,
Irene Gomes, 36, também de Governador Valadares, disse que teve dificuldade para ser liberada
do salão de beleza onde trabalha
para viajar ao Rio.
"Foi complicado, mas não perderia por nada", disse a cabeleireira, que adora o clima de "adrenalina" dos integrantes dos Rolling Stones.
Baterista de uma banda de rock
de Jacarezinho (PR), Marcos Andarilhus, 31, estava animado para
o show em Copacabana. A língua-símbolo da banda de Mick Jagger
foi tatuada no ombro esquerdo do
músico paranaense, que se inspira no grupo para compor e tocar.
"Eles são bons mesmo, não podia
deixar de vê-los aqui", disse Andarilhus.
Em frente ao hotel Copacabana
Palace, para fugir do sol e garantir
um bom lugar na areia,o empresário brasiliense Samuel Campos,
39, comprou uma rede de um ambulante nordestino e se acomodou, junto com a mulher, Aletussa, 33, entre os galhos de uma árvore a cerca de cem metros da lateral do palco.
Muitos fãs chegavam fantasiados, carregando bandeiras do
Brasil e cartazes em inglês, na esperança de serem vistos pela banda. O compositor carioca Marco
William,45, carregava uma faixa
pedindo que os Rolling Stones
gravassem uma música de sua autoria. O título: "Tsunami".
(MICHELLE STRZODA E FERNANDO MAGALHÃES)
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