São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

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Crítica foi "estúpida", diz Padilha

Diretor responde à "Variety", revista que definiu seu filme como fascista

Premiado com o Urso de Ouro em Berlim, "Tropa de Elite" reestreará em 50 salas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília nesta sexta-feira

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O diretor de "Tropa de Elite", José Padilha, rebateu ontem a avaliação do filme feita pela revista americana especializada "Variety". Para ele, a crítica, que classificou o filme como fascista, foi "particularmente estúpida". "Qualquer um que diga que "Tropa" promove o fascismo não sabe do que se trata o fascismo", afirmou no Rio, em entrevista coletiva.
"Em momento nenhum, na Alemanha, tive a sensação de que o filme ia mal de crítica. A Der Spiegel [revista alemã] colocou o filme como um dos favoritos para ganhar o Urso."
O diretor descartou, por enquanto, campanha para que "Tropa de Elite" seja indicado ao Oscar de 2009 em diversas categorias, como ocorreu com "Cidade de Deus" em 2004.
"É muito difícil fazer isso, estaríamos concorrendo com filmes americanos. A gente tem que entender o tamanho do que "Cidade de Deus" fez. É quase impossível fazer o que o Fernando [Meirelles, diretor de "Cidade de Deus'] conseguiu."
Para Padilha, "Cidade de Deus é o filme mais importante da retomada do cinema nacional", e, sem ele, "Tropa de Elite" não existiria.
Em função da conquista do Urso de Ouro como melhor filme do Festival de Berlim, "Tropa de Elite" reestreará em 50 salas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília nesta sexta.
Ainda ontem, um dos blogs do jornal britânico "The Guardian" publicou o artigo "Fascismo no Cinema", com severas críticas ao filme. "Os brasileiros deviam ter vergonha do sucesso de "Tropa de Elite", um filme que desumaniza as vítimas da polícia", disse o especialista em direitos humanos Conor Foley, que mora e trabalha no Brasil e é autor do livro "Combating Torture: a Manual for Judges and Prosecutors" (combatendo a tortura: um manual para juízes e promotores).


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