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Crítica foi "estúpida", diz Padilha
Diretor responde à "Variety", revista que definiu seu filme como fascista
Premiado com o Urso de Ouro em Berlim, "Tropa de Elite" reestreará em 50 salas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília nesta sexta-feira
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O diretor de "Tropa de Elite",
José Padilha, rebateu ontem a
avaliação do filme feita pela revista americana especializada
"Variety". Para ele, a crítica,
que classificou o filme como
fascista, foi "particularmente
estúpida". "Qualquer um que
diga que "Tropa" promove o fascismo não sabe do que se trata o
fascismo", afirmou no Rio, em
entrevista coletiva.
"Em momento nenhum, na
Alemanha, tive a sensação de
que o filme ia mal de crítica. A
Der Spiegel [revista alemã] colocou o filme como um dos favoritos para ganhar o Urso."
O diretor descartou, por enquanto, campanha para que
"Tropa de Elite" seja indicado
ao Oscar de 2009 em diversas
categorias, como ocorreu com
"Cidade de Deus" em 2004.
"É muito difícil fazer isso, estaríamos concorrendo com filmes americanos. A gente tem
que entender o tamanho do que
"Cidade de Deus" fez. É quase
impossível fazer o que o Fernando [Meirelles, diretor de
"Cidade de Deus'] conseguiu."
Para Padilha, "Cidade de
Deus é o filme mais importante
da retomada do cinema nacional", e, sem ele, "Tropa de Elite" não existiria.
Em função da conquista do
Urso de Ouro como melhor filme do Festival de Berlim, "Tropa de Elite" reestreará em 50
salas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília nesta sexta.
Ainda ontem, um dos blogs
do jornal britânico "The Guardian" publicou o artigo "Fascismo no Cinema", com severas
críticas ao filme. "Os brasileiros
deviam ter vergonha do sucesso de "Tropa de Elite", um filme
que desumaniza as vítimas da
polícia", disse o especialista em
direitos humanos Conor Foley,
que mora e trabalha no Brasil e
é autor do livro "Combating
Torture: a Manual for Judges
and Prosecutors" (combatendo
a tortura: um manual para juízes e promotores).
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