São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2011

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PAINEL DAS LETRAS

JOSÉLIA AGUIAR - joselia.aguiar@grupofolha.com.br

VISÃO DO BRASIL

No intervalo de suas obras-primas, Sérgio Buarque de Holanda, clássico do pensamento social brasileiro, escrevia artigos e resenhas para jornais e revistas sobre arte, cultura e política. Esses textos esparsos, datados de 1920 a 1970, foram reunidos pela primeira vez e saem pela Editora da Unesp em algumas semanas. As mais de 1.200 páginas se dividem em dois volumes e seguem a ordem cronológica. A coleta, identificação e organização ocuparam por uma década Marcos Costa, historiador que publicara pequena seleção desse material em 2004.



//PAPÉIS DE EDITOR
Agendas, diários, cartas trocadas com editores e escritores de todo o mundo, cópias de contratos, livros autografados: Pedro Paulo de Sena Madureira reúne o que guardou em quatro décadas como editor para doar à Fundação Bienal de São Paulo, onde já se encontra parte desse arquivo. Fora do mercado há cinco anos ("Sou do tempo em que se usava "mercado" apenas para denominar a quitanda"), ele foi responsável pela tradução de grandes autores internacionais no país. Poeta que escreve todos os dias e publica raramente, também organiza volume de poemas, a maioria inédita e recentíssima. O título é "Tenho Medo".

AlessandroShinoda/Folhapress
Livros autografados pelo mexicano Octavio Paz e pelo tcheco Milan Kundera, autores publicados no país pelo editor Pedro Paulo de Sena Madureira, que doará arquivo pessoal

//BIBLIOTECA DIGITAL
A Brasiliana-USP, criada a partir da doação de José e Guita Mindlin, começa a exportar sua tecnologia para bibliotecas e arquivos de todo o país: Biblioteca Nacional (RJ), Universidade Federal de Pernambuco, Fundação Pedro Calmon (BA), Arquivo Público do Estado de São Paulo, além de outras bibliotecas da própria USP, são algumas das instituições que querem aprender com a experiência. A um ritmo de seis livros digitalizados por dia, já estão on-line 1.400 de um total de 17 mil títulos. O historiador Pedro Puntoni, coordenador-geral, espera aumentar essa velocidade com a chegada de mais cinco robôs (hoje há apenas um).

Os nórdicos Prepare-se para ler em breve mais autores nórdicos. Se a Feira de Frankfurt homenageia a Islândia, o Salão do Livro de Paris escolheu esse e outros quatro países: Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega. Os eventos servem como pólo de difusão. Por que a preferência pelos países do Norte? Por causa da trilogia "Millennium", do sueco Stieg Larsson, que já vendeu 46 milhões de exemplares em todo o mundo.

Javier Marías Para os leitores mais atentos, que já descobriram o espanhol Javier Marías: "Los Enamoramientos", seu novo romance, sai em abril na Europa. Marías concluíra em 2007 sua trilogia "Seu Rosto Amanhã", de 1.600 páginas, que sai por aqui pela Companhia das Letras.

Jeje-nagô Antropólogo da velha guarda, quando se podia ser obá de Xangô sem por a reputação acadêmica em risco, Vivaldo da Costa Lima (1925-2010) tem a obra relançada pela Corrupio, editora especializada em cultura afrobaiana. Cinco livros chegam às lojas, um inédito.

Coração americano De Freguesia do Andirá, na Amazônia, o poeta Thiago de Mello, 85 anos, despachou para a editora paulista Global seu projeto de mais de uma década: antologia com mais de cem poetas de todos os países americanos que falam espanhol. Escolheu e traduziu os poemas que, como diz, são "do coração".

Quadrinhos Vai ser um bom ano para quem gosta de "graphic novel". Os mais importantes quadrinistas lançam em 2011 novos títulos nos EUA, ainda sem previsão por aqui: Art Spiegelman ("Meta Maus"), Craig Thompson ("Habibi"), Chester Brown ("Paying for It"), Ben Katchor ("The Cardboard Valise"), Dave McKean ("Celluloid") e Daniel Clowes ("Mr. Wonderful").

O padroeiro Como faz todo ano, Paulo Coelho festeja o dia de São José, 19 de março, em algum lugar do mundo. Desta vez, em Istambul, para onde levará amigos, fãs das redes sociais e livreiros, sorteados entre os que ajudaram a vender os mais de 100 mil exemplares de "O Aleph" só no Brasil.



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