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Crítica
TC Cult exibe o melhor trabalho de Carmen Miranda
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Entre os vários motivos para
assistir ao filme "Entre a Loura e a Morena" (Telecine Cult,
12h20) está, naturalmente, o
fato de esse ser o melhor trabalho de Carmen Miranda em
Hollywood.
Há outros, mas vamos convir
que o encontro entre Carmen e
o diretor Busby Berkeley tinha
mesmo tudo para ser perfeito.
Berkeley era o rei da extravagância, seja pela colocação de
câmera, seja pela maneira como concebia seus balés: não
era a dança o primordial, mas a
relação estabelecida entre o
corpo dos bailarinos (e mesmo
os objetos) e a movimentação
de câmera.
Carmen também era uma extravagante nata e cultivada
(soube, por exemplo, preservar
muito bem o seu sotaque acentuado e fazer dele um ponto de
venda).
O balé das bananas, em "The
Lady in the Tutti Frutti Hat", é
um desses momentos exemplares do musical: um delírio
surrealista de movimentos, de
cores, de gestos e de sons a serviço da sensualidade.
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