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comentário
"Talentoso Ripley" foi melhor filme
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
Como um homem
da literatura e do
teatro, apaixonado
pela força da palavra e do
"storytelling", Anthony
Minghella despontou na
cena cinematográfica britânica dirigindo um roteiro de sua própria autoria.
"Um Romance de Outro
Mundo" seria apenas mais
um telefilme da BBC, mas
o resultado agradou tanto
os produtores que ele foi
lançado nos cinemas, alcançando um inesperado
sucesso de público.
Nessa delicada versão
inglesa de "Dona Flor e
seus Dois Maridos", Juliet
Stevenson vive uma mulher que tenta superar a
dor conversando com seu
companheiro morto.
O imenso sucesso de seu
terceiro longa-metragem,
"O Paciente Inglês", poética versão do livro de Michael Ondaatje, cristalizou
o nome de Minghella como diretor ligado a adaptações literárias e filmes
de época. No Oscar de
1997, seu filme foi consagrado com nove Oscars.
Seu melhor filme, no entanto, viria em seguida: a
adaptação do livro de Patricia Highsmith "O Talentoso Ripley", também
indicada ao Oscar de melhor roteiro adaptado.
Quatro anos se passaram até que ele lançasse
"Cold Mountain", pesada
versão do livro de Charles
Frazier, com Nicole Kidman e Jude Law. Depois
do fracasso desse filme,
Minghella reconheceu que
estava preso à fórmula das
adaptações literárias e
preferiu se voltar para
uma história original.
Em "Invasão de Domicílio", seu último longa-metragem, pintou um retrato
multifacetado e um tanto
pessimista de Londres
após os retrocessos políticos provocados pelo ataque do 11 de Setembro.
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