São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2008

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comentário

"Talentoso Ripley" foi melhor filme

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Como um homem da literatura e do teatro, apaixonado pela força da palavra e do "storytelling", Anthony Minghella despontou na cena cinematográfica britânica dirigindo um roteiro de sua própria autoria. "Um Romance de Outro Mundo" seria apenas mais um telefilme da BBC, mas o resultado agradou tanto os produtores que ele foi lançado nos cinemas, alcançando um inesperado sucesso de público.
Nessa delicada versão inglesa de "Dona Flor e seus Dois Maridos", Juliet Stevenson vive uma mulher que tenta superar a dor conversando com seu companheiro morto.
O imenso sucesso de seu terceiro longa-metragem, "O Paciente Inglês", poética versão do livro de Michael Ondaatje, cristalizou o nome de Minghella como diretor ligado a adaptações literárias e filmes de época. No Oscar de 1997, seu filme foi consagrado com nove Oscars.
Seu melhor filme, no entanto, viria em seguida: a adaptação do livro de Patricia Highsmith "O Talentoso Ripley", também indicada ao Oscar de melhor roteiro adaptado.
Quatro anos se passaram até que ele lançasse "Cold Mountain", pesada versão do livro de Charles Frazier, com Nicole Kidman e Jude Law. Depois do fracasso desse filme, Minghella reconheceu que estava preso à fórmula das adaptações literárias e preferiu se voltar para uma história original.
Em "Invasão de Domicílio", seu último longa-metragem, pintou um retrato multifacetado e um tanto pessimista de Londres após os retrocessos políticos provocados pelo ataque do 11 de Setembro.


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