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CINEMA
"Estorvo", de Ruy Guerra, está na competição; festival traz ainda "Eu Tu Eles" e o curta "03 Minutos"
Brasil emplaca três filmes em Cannes
da Reportagem Local
"Estorvo", filme de Ruy Guerra
baseado no livro de Chico Buarque, está na competição internacional do 53º Festival de Cinema
de Cannes, que acontece na França entre 10 e 21 de maio.
A lista dos participantes do festival, divulgada ontem em Paris,
inclui ainda as produções brasileiras "Eu Tu Eles", longa de Andrucha Waddington, que será
exibido na mostra Um Certo
Olhar, e "03 Minutos", curta-metragem dirigido por Ana Luiza
Azevedo, vencedor da categoria
no Grande Prêmio Cinema Brasil.
"Estorvo", que estréia no Brasil
em junho, marca a volta da produção brasileira à competição em
Cannes. Antes dele, o único nacional que competiu em Cannes
nesta década foi "Coração Iluminado", de Hector Babenco.
Um dos festivais mais importantes do mundo, Cannes já premiou os brasileiros "O Pagador
de Promessas", de Anselmo
Duarte (melhor filme em 1962), o
documentário "Di", de Glauber
Rocha (melhor curta em 1976), e
Fernanda Torres (melhor atriz,
em 1986, por "Eu Sei Que Vou te
Amar", de Arnaldo Jabor).
Orçado em US$ 3 milhões, "Estorvo" é uma co-produção brasileira, cubana e portuguesa. Foi rodado no Rio de Janeiro e em Havana, Cuba.
Na competição internacional
do festival, irá rivalizar com produções como "O Brother, Where
Art Thou?", de Joel Coen, "Gohatto", de Nagisa Oshima, "Bread
and Roses", de Ken Loach, e
"Dancer in the Dark", de Lars von
Trier (veja a lista completa no
quadro ao lado).
O filme de Ruy Guerra (diretor
de "Ópera do Malandro") é narrado do ponto de vista do anti-herói Eu (o cubano Jorge Perugorría, de "Morango e Chocolate"),
com uso do recurso da câmera
subjetiva.
Retrata o pesadelo existencialista de um personagem que vaga
pela cidade grande. Um dia, ao
acordar, bate-lhe à porta um desconhecido, de terno e gravada.
Numa distração do visitante, Eu
foge e passa a viver uma alucinante perseguição, na qual tem experiências limítrofes, convivendo
com estranhos e marginais.
No elenco do filme, ainda estão
Bianca Byington, Xando Graça,
Susana Ribeiro e Tonico Oliveira.
A fotografia é de Marcelo Durst e
a música, de Egberto Gismonti.
Na mostra Um Certo Olhar, "Eu
Tu Eles" já tem distribuição internacional garantida pela Sony
Classics (a mesma que investiu
em "Central do Brasil" e, mais recentemente, em "O Primeiro Dia"
e "Bossa Nova"). A produção, de
R$ 3,7 milhões, é da Conspiração
Filmes e da Columbia Pictures.
"Eu Tu Eles" tem estréia nacional marcada para 19 de maio. O
segundo longa de Andrucha
Waddington (de "Gêmeas", em
cartaz) conta a história de uma
mulher (Regina Casé) e seus três
maridos (vividos pelos atores Lima Duarte, Stênio Garcia e Luiz
Carlos Vasconcelos).
O festival de Cannes deste ano
traz um total de 1.397 filmes (contra 1.138 no ano passado) de 75
países, dos quais 681 são longas.
Dos 23 filmes em competição,
quatro são franceses, dois britânicos, dois suecos, um dinamarquês, um russo, quatro norte-americanos, um canadense, um
brasileiro, dois chineses, um coreano, dois japoneses, um israelense e um iraniano.
A surpresa do festival é a presença da iraniana Samira Makhmalbaf, com "Takhté Siah". Diretora de "A Maçã" e filha de Mohsen Makhmalbaf, ela tem 20 anos.
Com agências internacionais
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