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Gotan Project busca origens africanas
Grupo, que toca no Brasil em junho, apresenta seu novo álbum, "Lunático", no festival francês Printemps de Bourges
No novo trabalho, banda franco-argentina abandona a mistura de beats, presente
em "La Revancha del Tango", para fazer pesquisa musical
ADRIANA FERREIRA SILVA
ENVIADA ESPECIAL A BOURGES
Um grandioso espetáculo
multimídia, em que imagens,
projetadas em três telas, movem-se no ritmo alucinante de
uma orquestra eletrônica de
tango.
Assim foi a performance que
o franco-argentino Gotan Project fez anteontem, na abertura
do festival francês Printemps
de Bourges. E assim será no
Brasil em junho, onde a banda
mostrará o mesmo concerto.
As apresentações no país deverão estar entre as últimas do
projeto, que irá tirar umas férias para que o líder da banda, o
francês Philippe Cohen Solal,
se dedique à carreira solo.
"O Gotan continua. Sempre
devotado ao ritmo argentino.
Pessoalmente, estou gravando
um álbum para este ano com
blue grass e música country, totalmente acústico", falou Solal
à Folha, em Bourges.
A formação da banda é a
mesma levada ao Tim Festival,
no Rio, em 2003. Solal e o suíço
Christoph H. Müller são os
maestros, controlando imagens e efeitos eletrônicos, que
reverberam sons de violinos,
acordeão, piano, percussão.
O repertório vem do novo
CD, "Lunático" (2006), que
troca a mistura de "beats" do
primeiro, "La Revancha del
Tango", pela pesquisa de suas
origens africanas. "Antes, minha missão era convencer as
pessoas de que a música eletrônica era bela. Agora, não é preciso mais fazer isso", diz Solal.
"Queríamos trazer o tango de
volta para a pista de dança,
nos mover para outras atmosferas."
No palco, essa intenção não
se confirma. Ainda é nas batidas, que às vezes transformam
um tango em tecno, que o Gotan aposta para animar a platéia -e a que assistiu ao show
em Bourges se sentiu em uma
boate. Melhor assim do que os
momentos lounge, chatos...
Num palco menos glamouroso que o do Gotan, ocorreu a
melhor perfomance da primeira noite do Printemps: dos suecos Peter, Björn and John. Alçados a fama graças à música
"Young Folks", uma das melhores de 2006, eles têm influências, principalmente, de
bandas dos anos 60 mas, ao vivo, as melodias doces são tocadas com um pegada rock, à la
Jesus and Mary Chain, e efeitos e distorções que criam climas psicodélicos.
O grupo deveria ter tocado
no Brasil em 2006, na turnê
"Invasão Sueca". Pena que não
deu certo: eles estavam em turnê nos EUA.
"Young Folks" é apenas uma
das muitas canções de amor
singelas do trio. E o assobio que
abre o hit é mesmo de arrepiar.
A jornalista ADRIANA FERREIRA SILVA viajou a convite do Consulado Francês
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