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Hispânicos superam brasileiros na premiação do 18º Cine Ceará
Venezuelano "Cartões Postais de Leningrado" é eleito melhor filme do festival
CÁSSIO STARLING CARLOS
ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA
Os seis concorrentes hispânicos roubaram a festa dos brasileiros na premiação do 18ª Cine Ceará, anteontem à noite
em Fortaleza. A competição de
longas, na qual concorriam dez
títulos, se encerrou com a escolha do venezuelano "Cartões
Postais de Leningrado", como
melhor filme, enquanto "Luz
Silenciosa", do mexicano Carlos Reygadas, ficou com direção, fotografia e som.
Dos quatro longas brasileiros
que participaram da competição, "Nossa Vida Não Cabe
num Opala", de Reinaldo Pinheiro, conquistou o prêmio de
roteiro (para Di Moretti) e "Os
Desafinados", de Walter Lima
Jr, recebeu o de melhor trilha
sonora (de Wagner Tiso), além
do Samburá, um troféu paralelo. O cearense "O Grão", de Petrus Cariry, foi escolhida a melhor direção de arte.
O júri de longas foi composto
por Eva Piwowarski (Argentina), Rodrigo Díaz Ibarra (Chile), Antonio Urano (Brasil), Zita Marina Morriña Atia (Cuba)
e Alfonso Zarauza (Espanha).
O longa venezuelano vencedor é uma ficção simpática focada no olhar de duas crianças
para a luta de guerrilhas no país
nos anos 60. Trata-se de um
trabalho não mais que correto,
ao contrário da exuberância
formal de "O Grão" e do encantador exercício de memória
afetiva com que Walter Lima Jr
conseguiu impregnar seu "Os
Desafinados".
Já Reygadas, com seu cinema
trambiqueiro, após vampirizar
Tarkovski em "Japón" e Buñuel em "Batalla em el Cielo",
reafirma sua pose de falso gênio com o plágio descarado do
Dreyer de "A Palavra" em "Luz
Silenciosa".
O crítico CÁSSIO STARLING CARLOS viajou a
convite da organização do festival
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