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"Dr. Jivago" é o próximo filme da Coleção Folha Clássicos do Cinema
Protagonizado por Omar Sharif, romance épico foi vencedor de cinco Oscars
DA REPORTAGEM LOCAL
Os quatro primeiros filmes
do cineasta britânico David
Lean foram produções modestas -o mais bonito deles, uma
triste história de amor intimista, chamada "Desencanto"
(1945). Mas foram épicos grandiosos e caros como "A Ponte
do Rio Kwai" (1957) e "Lawrence da Arábia" (1962) que trouxeram popularidade e grande
prestígio ao cineasta.
Sexto volume da Coleção Folha Clássicos do Cinema, disponível a partir do próximo domingo, 26 de abril, "Dr. Jivago"
(1965) combina em um só filme
os dois gêneros que David Lean
mais dominava (o romance e o
épico) ao narrar uma história
de amor que tem como pano de
fundo a Revolução Russa.
O roteiro tem como base um
romance do poeta russo Boris
Pasternak, sobre um médico
que mantém um caso proibido
com a mulher de um líder revolucionário. O livro foi proibido
pelo regime comunista, mas o
manuscrito chegou à Itália em
1957 e foi publicado pelo editor
Giangiacomo Feltrinelli, despertando o interesse do produtor Carlo Ponti, que adquiriu
seus direitos para o cinema.
Nome fundamental do cinema europeu nos anos 50 e 60,
Ponti produziu tanto pequenos
filmes de cineastas autorais
quanto coproduções internacionais de larga escala. Quando
comprou os direitos de "Dr. Jivago", queria repetir o sucesso
de "Guerra e Paz", adaptação de
Dostoievski realizada pelo
americano King Vidor com
Henry Fonda, Mel Ferrer e Audrey Hepburn. Não só conseguiu como o superou.
Ponti contou com a parceria
dos estúdios americanos da
MGM, que se associaram ao
projeto depois de saber que o
diretor seria David Lean, que
alguns anos antes havia realizado "Lawrence da Arábia", com
Peter O'Toole, até hoje apreciado como um dos melhores épicos já realizados.
A escalação do elenco não foi
fácil. Para viver o médico Yuri
Jivago, a MGM queria Paul
Newman; Carlo Ponti queria
Burt Lancaster; e David Lean,
Peter O'Toole. Mas o papel acabou ficando com o ator egípcio
Omar Shariff, também do elenco de "Lawrence da Arábia".
Para o papel de Lara, a escolha
foi ainda mais difícil, pois Carlo
Ponti insistia em escalar sua
mulher, Sophia Loren. Jane
Fonda e Sarah Miles foram cogitadas, até que David Lean assistiu a "O Mundo Fabuloso de
Billy Liar", de John Schlesinger
(1963), em que encantou dois
atores que foram escalados para "Jivago": Julie Christie, como a heroína Lara, e Tom
Courtenay, como Pasha.
As filmagens duraram 232
dias, na Espanha, pois o governo soviético proibiu gravações
na Rússia, e o filme foi montado
às pressas para ser lançado a
tempo de concorrer ao Oscar. A
estratégia funcionou: foram
dez indicações e cinco estatuetas: melhor roteiro adaptado,
fotografia, direção de arte, figurino e música, para Maurice
Jarre, autor do belíssimo "Tema de Lara" - um dos elementos que contribuíram para tornar o filme inesquecível.
Na edição que acompanha o
DVD, destaca-se a análise do
crítico da Folha Sérgio Rizzo,
com comparações entre "Dr.
Jivago" e "...E o Vento Levou".
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