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A imagem que não tem sentido
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Quem diria que Jean-Luc
Godard seria, ainda, um autor oportuno? Não é que todo mundo o detesta? Que
ninguém o entende?
Bem, talvez os acontecimentos mais recentes em
São Paulo dêem novo sentido a "Salve-se Quem Puder: A Vida" (TV5 Monde,
3h15 de sábado). O filme
que marcou a volta de Godard ao cinema "comercial" em 1980 não trata de
crime organizado, e sim de
TV, do fazer cinema, das relações interpessoais em vários níveis.
Seria ocioso atribuir-lhe
um sentido. Godard vai tecendo e buscando, neste filme em que cada cena parece mais interessante do que
o conjunto. Talvez isso
aconteça porque Godard
não se interessa pela ficção,
embora aqui a pratique. Seu
porto seguro será sempre a
imagem e a movimentação
em cena: deslumbrantes.
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