São Paulo, terça, 19 de maio de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Globo investe para alcançar os 50 pontos com "Torre de Babel"

da Sucursal do Rio

Apesar de Carlos Manga -diretor de criação da TV Globo e diretor de núcleo da nova novela das oito, "Torre de Babel", que estréia no próximo dia 25- considerar "uma pretensão infundada" querer manter a novela no trilho de 50 pontos de audiência, a Globo parece não ter poupado esforços para tentar alcançar a marca.
A emissora fez anteontem coquetel de lançamento da novela, no Projac, cidade cenográfica, no Rio.
Além de investir R$ 17 milhões em "Torre de Babel", pouco mais de R$ 80 mil por capítulo, a Globo gastou R$ 1,1 milhão na construção do cenário do shopping center Tropical Towers, no Projac.
O shopping vai centralizar o movimento dos personagens da história, escrita por Sílvio de Abreu, e será explodido, com direito a muitos efeitos especiais.
A cena da explosão do Tropical Towers será gravada parte em maquetes e parte no próprio cenário, que depois será reconstruído.
O diretor de produção da novela, Guilherme Bokel, disse que "como somente alguns pedaços do cenário serão afetados, o custo disso será de apenas R$ 50 mil".
Abreu também não economizou na escolha do elenco de "Torre de Babel", que tem, além dos atores Tarcísio Meira e Tony Ramos como protagonistas, nomes como Glória Menezes, Cláudia Raia, Edson Celulari, Maitê Proença, Silvia Pfeifer, Christiane Torloni, Marcos Palmeira, Cláudia Jimenez, Adriana Esteves e Juca de Oliveira.
"É claro que um elenco de primeiro time como esse contribui para aumentar a audiência, mas não o escolhi apenas por isso. Só sei escrever personagens para os quais tenho uma cara definida, todos esses atores são pessoas que conheço bem", disse Sílvio de Abreu.
A diretora geral de "Torre de Babel", Denise Saraceni, que pela primeira vez está à frente de uma novela das oito, afirmou que sabe que será "muito cobrada", até porque é "uma mulher fazendo um trabalho que normalmente é realizado por homens".
"50 pontos de audiência é muita coisa. Mas a novela tem todas as possibilidades de conseguir atingir a meta", disse a diretora.
Para isso, está apostando na "popularidade do Sílvio" que, segundo ela, "sabe escolher assuntos que mobilizam o público", e tem uma "linguagem direta e fácil".
"Minha narrativa é objetiva, eu pretendo falar de temas polêmicos, como a relação homossexual entre as personagens da Christiane Torloni e da Sílvia Pfeifer, de forma direta, sem subterfúgios ", disse Saraceni.
"Não interessa a mim nem ao Manga ou ao Sílvio ofender o público, interessa uma discussão de emoções, de verdades. Estamos fazendo uma novela na qual não há hipocrisia", afirmou a diretora.
Segundo Abreu, a opção por levar para a novela discussões como homossexualismo, tráfico de drogas ou cenas de violência "também não tem a ver somente com a busca de audiência".
"Assuntos polêmicos despertam curiosidade, mas as pessoas terão interesse porque estaremos falando de coisas que são muito comuns na sociedade moderna", disse Abreu.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.