São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Baseada em livro, peça sonda universo de um jovem autista

"Cachorro Morto", com texto e direção de Leonardo Moreira, estréia hoje em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A investigação da morte de um cão por um jovem autista é o prosaico mote de "Cachorro Morto", peça escrita e dirigida por Leonardo Moreira, 26, que o projeto Primeiro Sinal (vitrine de talentos emergentes da dramaturgia) apresenta a partir de hoje, em São Paulo.
Moreira conta que seu interesse pelo autismo vem de longa data. Ele próprio, na infância, exibia traços comportamentais compatíveis com os de alguns portadores da síndrome: guri de sorrisos minguados e reduzida interação com o meio, só começou a falar aos três anos e meio.
No fim de 2007, o diretor fez um curso de acompanhamento pedagógico na AMA (Associação de Amigos do Autista). Dali, pinçou características como a dificuldade de assimilar toques e ruídos e o enciclopedismo (voltado, por exemplo, para a matemática ou o aprendizado das capitais do mundo).
Meses depois, voltou à instituição, elenco a tiracolo. Cinco alunos com idades entre oito e 17 anos serviram de modelo para igual número de atores, que se revezam no papel do garoto detetive. O livro "O Estranho Caso do Cachorro Morto", do inglês Mark Haddon (lançado aqui pela Record), também serviu de farol, além da comédia "Muito Além do Jardim", com Peter Sellers.
Comédia? "É um assunto doloroso, sim, mas que pode ser tratado de forma leve. Se adotasse um tom solene, cairia no preconceito. É preciso tratar a diferença como mais um dado", diz Moreira, que usa animações (projetadas no chão) para mostrar as associações cognitivas do protagonista. (LUCAS NEVES)

CACHORRO MORTO
Quando:
estréia hoje; qui., às 20h; até 31/7
Onde: Sesc Avenida Paulista - espaço 13º andar (av. Paulista, 119, São Paulo, tel. 0/xx/11/3179-3700; livre)
Quanto: R$ 8


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