São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2004 |
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FESTIVAL DE RIO PRETO Antigos galpões de fábrica atraem público até a madrugada e se tornam endereço de experimentações Alternativa, Bararena sucede lugarUmbigo
VALMIR SANTOS ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Em edições anteriores, já foi o lugarUmbigo e a Casa Não-Lugar, grafados assim, quem sabe para traduzir o estranhamento que vem à luz entre paredes e chaminés de tijolos de uma antiga fábrica de típica arquitetura inglesa. Neste ano, o território das performances e intervenções (dança, teatro, música, artes plásticas etc) leva a alcunha de Bararena. Galpões de uma edificação da outrora Companhia Swift do Brasil (1938-1970), onde operários cuidavam de armazenar e selecionar grãos de algodão, milho e amendoim, além de extrair óleo de cozinha em altos fornos, se transformam em abrigo, madrugada adentro, de artistas e público do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto. Logo na chegada ao Bararena, chama a atenção o colorido da roda-gigante Estrela, típica dos parques de diversão de bairro. Os espaços são tão multidisciplinares quanto os temas. Na sexta passada, a cia. Âmnio, de Rio Preto, mostrou a performance "A Quinta História", na qual Angélica Zignani surge dentro de uma casa-caixa de paredes transparentes para "matar o de-dentro até o de-dentro ser mais forte e transcender as estátuas", segundo divulga. Do lado de fora, dois sujeitos molambentos se empanturram de pizza e guaraná e movem a performer-casa, alterando o ponto de vista dos cerca de 50 espectadores, para lá e para cá. Estavam previstos para ontem o mineiro Marcos Paulo Rolla, que dirige a si para falar de desejos do paladar e da luxúria do vinho em "Banquete"; o carioca Daniel Schenker, dirigido por Celina Sodré, do Studio Stanislavski, com "Páscoa", uma performance sobre suicídio; e Debora Duboc, dirigida por Márcio Aurélio (SP), com canções tragicômicas, sociais e eróticas do alemão Frank Wedekind em "Espírito da Terra". Para o final de semana, estão programadas, entre outras, as performances "No Establishment" (Tuffo, MG) e "Frida Kahlo -Na Cinza das Horas" (Teatro de Epifanias, SP). A música eletrônica dos DJs, que marcou a edição de 2003, perdeu espaço agora para a música ao vivo (jazz, blues, MPB) após as performances. Essas, em alguns casos, continuam difíceis de ver e ouvir. Deve fazer parte do jogo. O jornalista Valmir Santos, o crítico Sergio Salvia Coelho e a fotógrafa Lenise Pinheiro viajaram a convite da organização do festival Texto Anterior: Literatura / memória: Morte e obsessão artística marcam prosa de Haroldo Maranhão Próximo Texto: Crítica: Petra reverencia e reinventa Shakespeare Índice |
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