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"Loose" traz Nelly Furtado "popozuda"
Conhecida por baladas como "I'm Like a Bird", a cantora se associa a Timbaland para criar canções sexies e dançantes
Seu terceiro CD traz hits instantâneos como "Maneater" e "Promiscuous", que a fazem ser comparada a Beyoncé e Gwen Stefani
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Originalidade não é das qualidades mais fáceis de serem
encontradas no pop de hoje,
mas mesmo assim a maioria
dos artistas insiste no discurso
do novo, do diferente, a cada
disco lançado. Nesse sentido,
Nelly Furtado é bem original.
"No passado trabalhei duro
tentando ser original, hoje não
me preocupo mais com isso.
Tento fazer algo de qualidade",
disse a cantora canadense de
ascendência portuguesa. "Loose", seu terceiro álbum, é o motivo da conversa por telefone
com a Folha, em que misturava
o inglês e o português.
Nelly Furtado passou a ser
bastante falada e ouvida há
pouco mais de seis anos. De lá
para cá, era invariavelmente
associada a baladas doces, juvenis, conseqüência principalmente de "I'm Like a Bird", hit
que ajudou a empurrar o primeiro disco, "Whoa, Nelly!"
(2000), às mais de 2,5 milhões
de cópias vendidas.
Uma nova Nelly Furtado,
tanto do ponto de vista artístico quanto marqueteiro, é o que
nos traz "Loose". As roupas encurtaram, as fotos publicitárias
procuram o sensual e ela se
aproxima do filão r&b-funk-dançante de cantoras como
Gwen Stefani, Britney Spears e
Beyoncé. "Sim, há similaridades, mas não isso me importa.
Não estava buscando algo totalmente novo", afirma.
Nos vídeos e nos recentes
shows, Furtado até arrisca algumas reboladas, coisa impensável na época de "Whoa,
Nelly!" e de "Folklore" (2003),
que vendeu apenas um quinto
das cópias de seu antecessor
-essa faceta antiga da cantora
foi vista ao vivo em São Paulo
em 2002, durante um show.
"Agora sou mãe, sou uma
mulher diferente. Acho que antes não me considerava uma
mulher feita. Hoje me sinto
mais sexy, mais confiante", disse. "Não estou me escondendo,
não tenho medo de mostrar o
que sinto, o que penso. E me
dei conta do poder da dança no
palco, de umas boas reboladas.
O público adora", diverte-se.
Se dependesse apenas desse
novo verniz, Nelly Furtado não
conseguiria levar "Loose" ao
primeiro lugar da parada britânica, feito inédito para ela. O álbum está recheado de canções
com batidas espertas, atuais,
dançantes, como "Maneater",
"Promiscuous" e o quase reggaeton "No Hay Igual". Sobre
esta última, ela explica:
"Quando fui a Miami para
gravar o disco, as rádios de lá
sempre tocavam reggaeton, então fiquei curiosa e me interessei por esse tipo de música. Não
é exatamente um reggaeton,
mas foi inspirada por ele. E, no
futuro, quero lançar um álbum
apenas com canções em espanhol e em português".
Muito do mérito de "Loose"
é culpa de Timbaland, um dos
melhores produtores norte-americanos e que trabalhou
nos melhores discos de Missy
Elliott e Aaliyah. Timbaland
imprimiu melodias e beats sexies que se encaixam com a nova imagem de Nelly Furtado.
Esse contato com o produtor
surgiu anos atrás, quando Timbaland chamou a cantora para
participar de uma versão de
"Get Ur Freak On", de Missy
Elliott. "Temos vários amigos
em comum que sempre falavam para fazermos um disco
juntos. Quando comecei a escrever as músicas deste álbum,
logo pensei nele", conta. "Foi
como um love affair. Ele me desafiava e fez surgir um lado
meu que eu nem conhecia."
Com coisas como "Maneater" e "Promiscuous", ela definitivamente se desconectou de
"I'm Like a Bird". "Cheguei a
pensar que talvez pudesse ficar sempre associada a essa música, que poderia
ficar conhecida como cantora de um sucesso só", confessa. "Mas depois percebi que
não deveria me
preocupar tanto,
pois, quando você
consegue criar um hit
desses, tem de se sentir
agradecido. Não acontece
com todo o mundo."
"Loose" chegou com uma
pequena polêmica. Chris Martin, vocalista do Coldplay, fez
uma participação em "All Good
Things (Come to an End)".
Mas, pouco antes do álbum ser
lançado, a gravadora da banda
britânica vetou a colaboração,
pois os fãs do Coldplay poderiam "estranhar". Assim, a música saiu sem a voz de Martin.
"A contribuição dele foi pequena, então, no final, não houve
muito problema. Mas acho que
a energia ainda está lá."
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