São Paulo, sábado, 19 de julho de 2008

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TRECHO

Eu gostaria de registrar o que aconteceu na casa de minha avó no verão em que eu tinha oito ou nove anos, mas não tenho certeza se realmente aconteceu. Tenho de testemunhar um aconte-cimento incerto. Que eu sinto rugir dentro de mim, essa coisa que pode nem ter acontecido. Não sei nem que nome dar a isso. Acho que se pode chamar de crime da carne, mas a carne há muito se desfez e não sei bem qual mágoa pode restar nos ossos. Meu irmão Liam adorava pássaros e, como todo meni-no, adorava os ossos de animais mortos. [...] Sempre que passo por qualquer pequeno crânio ou esqueleto eu hesito e penso nele [...].
Extraído de "O Encontro", de A. Enright



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