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Aos 84, morre o regente Charles Mackerras
Pianista deixa discografia que vai do barroco de Handel à modernidade de Britten
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ele tinha passaporte australiano, mas nasceu em Nova York (EUA), vivia no Reino
Unido, e era especialista em
música tcheca: na última
quarta (dia 14), morreu em
Londres o regente Sir Charles
Mackerras, 84, de personalidade cosmopolita e interesses múltiplos.
Mackerras estudou piano,
oboé e composição na Austrália, terra de seus pais, para
onde se mudou com três
anos de idade, e foi aluno de
regência do mítico Václav Talich (1883-1961) em Praga,
onde desenvolveu gosto pela
música tcheca.
Sua especial afinidade era
com a obra de Leos Janácek
(1854-1928), da qual se tornou um dos mais respeitados
e entusiasmados divulgadores no Ocidente.
Associado a grupos como
a Orquestra de Câmara Escocesa, Filarmônica Tcheca e
Philharmonia Orchestra,
Mackerras desenvolveu sólida carreira no repertório sinfônico, mas foi também um
celebrado regente de ópera.
Ele atuou com regularidade em casas como o Covent
Garden e English National
Opera, ambas em Londres,
além da Staatsoper de Hamburgo (Alemanha), do Metropolitan (Nova York) e da ópera de San Francisco, entre
muitas outras.
OPERETAS
Era tido como uma autoridade nas operetas vitorianas
de Gilbert e Sullivan, bem como em Mozart, e interessado
nas conquistas interpretativas da escola de música antiga com instrumentos de época: era maestro emérito da
Orchestra of The Age of
Enlightenment, e fez a primeira gravação "historicamente informada" de "Lucia
di Lammermoor", composição de Donizetti.
O pianista deixou um vasto legado fonográfico, com
repertório abarcando do barroco de Handel à modernidade de Britten.
Quem comprou a Coleção
Folha de Música Clássica,
em 2005/2006, conheceu
duas gravações de Mackerras
com a Royal Philharmonic
Orchestra: uma com poemas
sinfônicos de Richard
Strauss (1864-1949), e outra
com a "Sinfonia Fantástica",
de Hector Berlioz (1803-69).
(IFP)
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