São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Aos 84, morre o regente Charles Mackerras

Pianista deixa discografia que vai do barroco de Handel à modernidade de Britten

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ele tinha passaporte australiano, mas nasceu em Nova York (EUA), vivia no Reino Unido, e era especialista em música tcheca: na última quarta (dia 14), morreu em Londres o regente Sir Charles Mackerras, 84, de personalidade cosmopolita e interesses múltiplos.
Mackerras estudou piano, oboé e composição na Austrália, terra de seus pais, para onde se mudou com três anos de idade, e foi aluno de regência do mítico Václav Talich (1883-1961) em Praga, onde desenvolveu gosto pela música tcheca.
Sua especial afinidade era com a obra de Leos Janácek (1854-1928), da qual se tornou um dos mais respeitados e entusiasmados divulgadores no Ocidente.
Associado a grupos como a Orquestra de Câmara Escocesa, Filarmônica Tcheca e Philharmonia Orchestra, Mackerras desenvolveu sólida carreira no repertório sinfônico, mas foi também um celebrado regente de ópera.
Ele atuou com regularidade em casas como o Covent Garden e English National Opera, ambas em Londres, além da Staatsoper de Hamburgo (Alemanha), do Metropolitan (Nova York) e da ópera de San Francisco, entre muitas outras.

OPERETAS
Era tido como uma autoridade nas operetas vitorianas de Gilbert e Sullivan, bem como em Mozart, e interessado nas conquistas interpretativas da escola de música antiga com instrumentos de época: era maestro emérito da Orchestra of The Age of Enlightenment, e fez a primeira gravação "historicamente informada" de "Lucia di Lammermoor", composição de Donizetti.
O pianista deixou um vasto legado fonográfico, com repertório abarcando do barroco de Handel à modernidade de Britten.
Quem comprou a Coleção Folha de Música Clássica, em 2005/2006, conheceu duas gravações de Mackerras com a Royal Philharmonic Orchestra: uma com poemas sinfônicos de Richard Strauss (1864-1949), e outra com a "Sinfonia Fantástica", de Hector Berlioz (1803-69).
(IFP)



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