|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Discurso de supremacia é evocado
DO ENVIADO AO RIO
Num contrapé de análise,
alguns pesquisadores cariocas presentes no seminário
trouxeram um discurso autocentrado sobre o lugar
ocupado pelo Rio na MPB.
"A sociedade brasileira se
adestrou para viver o que se
vivia na então capital federal.
Ainda hoje é difícil ignorar
essa vocação colonialista ou
civilizatória do Rio", afirmou a socióloga Maria Alice
de Carvalho (Iuperj).
Mais tarde, Beatriz Rezende (teoria literária, UFRJ) focou artistas contemporâneos, mas entre frases como
"Omelete Man" não é muito
bom porque Carlinhos
Brown gravou tudo no Brasil" ou "os Racionais MC's
arranjaram emprego na
MTV e começaram a ser devorados por quem os criou".
Após deformar a postura
dos Racionais, erigida à
margem da mídia, concluiu
dando status de música-símbolo a "São Paulo SP",
em que a "patricinha" (termo de Beatriz) carioca Fernanda Abreu descreve São
Paulo para o Brasil. Seu discurso se casava, ali, ao de
Maria Alice, do entendimento do Rio como "adestrador"
musical de nacionalidade.
O perigo de ignorar a reordenação geográfica e a desterritorialização que avançam sobre o Brasil (e, claro,
sobre o mundo) foi mantido
longe do debate. E discursos
de supremacia faziam lembrar os Estados Unidos, que
"descobriam", na mesma semana, que o "outro" é o inimigo, seja lá quem for esse
tal de "outro".
(PAS)
Texto Anterior: "O Rappa redesenha masculinidade" Próximo Texto: Multimídia: Videobrasil abre hoje com dois pés na internet Índice
|