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MERCADO EDITORIAL
Primavera dos Livros desabrocha segunda edição
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Como contraponto ao gigantismo das bienais, um grupo de pequenas editoras desenvolveu no
ano passado um evento voltado
para suas dimensões liliputianas.
Em área pequena, com estandes
modestos e só dois dias de funcionamento, casas editoriais com
número restrito de títulos promoveriam seus catálogos para um
público reduzido.
Tudo saiu dentro do script, com
exceção do público reduzido. A
primeira edição da Primavera dos
Livros, ancorada no Jóquei Clube
do Rio de Janeiro, recebeu 10 mil
pessoas no seu sábado e domingo
de 2001.
O conceito permanece o mesmo, mas a segunda edição do
evento, que começa hoje no Rio,
desabrocha em franca expansão.
Cresceu o espaço físico, com a
mudança para o Armazém do
Rio, no Cais do Porto; aumentou
o número de editoras participantes: de 56 para 66; alongou-se o
tempo de visita (hoje é só para
editores, amanhã cedo para escolas, mas além do sábado e domingo, agora há a tarde e noite de sexta); o evento se bipartiu, dando
origem a uma versão paulistana.
No próximo 17 de outubro começa em São Paulo uma Primavera dos Livros local, com sede no
Centro Cultural São Paulo e com
o mesmo conjunto de editoras.
"Não somos concorrentes da
Bienal do Livro. Somos complementares. O objetivo é apresentar
o catálogo de pequenas e médias
editoras, muitas delas sem condições de cumprir com os custos
elevados da Bienal", diz Thaís
Marques, da editora Senac Rio e
uma das integrantes do comitê
organizador da Primavera.
Camila Perlingeiro, da Pinakotheke, casa carioca, aponta uma
série de diferenças entre a Bienal e
o evento primaveril. Segundo ela,
que participa de ambas, se na primeira pode entrar a editora que
quiser, com o tamanho de estande que seu dinheiro comprar, na
Primavera a expositora precisa
ser aprovada pelas demais participantes e terá o mesmo espaço que
todas as colegas.
Se na Bienal o foco está nos lançamentos, na segunda o que reina
é o catálogo. No megaevento não
se privilegia a venda com desconto, no salão das pequenas todos os
títulos tem de 20 a 40% a menos
nos preços. E por aí afora.
Como convergência, há a preocupação em realizar uma programação cultural.
Sociólogos como Emir Sader,
escritores como Marcelo Mirisola, tradutores como Sérgio Molina
(que trabalha em um novo "Dom
Quixote") e diversos editores participam das mesas-redondas e palestras na Primavera deste ano.
Editores sobretudo. Uma das
regras do evento é que os editores
têm de estar nos estandes, para
dialogar com o público que queira
saber mais dos livros.
"A maior diferença é que privilegiamos o conteúdo, não a quantidade", sintetiza Perlingeiro.
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