São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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MERCADO EDITORIAL

Primavera dos Livros desabrocha segunda edição

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Como contraponto ao gigantismo das bienais, um grupo de pequenas editoras desenvolveu no ano passado um evento voltado para suas dimensões liliputianas.
Em área pequena, com estandes modestos e só dois dias de funcionamento, casas editoriais com número restrito de títulos promoveriam seus catálogos para um público reduzido.
Tudo saiu dentro do script, com exceção do público reduzido. A primeira edição da Primavera dos Livros, ancorada no Jóquei Clube do Rio de Janeiro, recebeu 10 mil pessoas no seu sábado e domingo de 2001.
O conceito permanece o mesmo, mas a segunda edição do evento, que começa hoje no Rio, desabrocha em franca expansão.
Cresceu o espaço físico, com a mudança para o Armazém do Rio, no Cais do Porto; aumentou o número de editoras participantes: de 56 para 66; alongou-se o tempo de visita (hoje é só para editores, amanhã cedo para escolas, mas além do sábado e domingo, agora há a tarde e noite de sexta); o evento se bipartiu, dando origem a uma versão paulistana.
No próximo 17 de outubro começa em São Paulo uma Primavera dos Livros local, com sede no Centro Cultural São Paulo e com o mesmo conjunto de editoras.
"Não somos concorrentes da Bienal do Livro. Somos complementares. O objetivo é apresentar o catálogo de pequenas e médias editoras, muitas delas sem condições de cumprir com os custos elevados da Bienal", diz Thaís Marques, da editora Senac Rio e uma das integrantes do comitê organizador da Primavera.
Camila Perlingeiro, da Pinakotheke, casa carioca, aponta uma série de diferenças entre a Bienal e o evento primaveril. Segundo ela, que participa de ambas, se na primeira pode entrar a editora que quiser, com o tamanho de estande que seu dinheiro comprar, na Primavera a expositora precisa ser aprovada pelas demais participantes e terá o mesmo espaço que todas as colegas.
Se na Bienal o foco está nos lançamentos, na segunda o que reina é o catálogo. No megaevento não se privilegia a venda com desconto, no salão das pequenas todos os títulos tem de 20 a 40% a menos nos preços. E por aí afora.
Como convergência, há a preocupação em realizar uma programação cultural.
Sociólogos como Emir Sader, escritores como Marcelo Mirisola, tradutores como Sérgio Molina (que trabalha em um novo "Dom Quixote") e diversos editores participam das mesas-redondas e palestras na Primavera deste ano.
Editores sobretudo. Uma das regras do evento é que os editores têm de estar nos estandes, para dialogar com o público que queira saber mais dos livros.
"A maior diferença é que privilegiamos o conteúdo, não a quantidade", sintetiza Perlingeiro.



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