São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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CRÍTICA ROCK

Show coroa o renascimento do "messias" Bruce Springsteen

DVD traz apresentação no Hyde Park que revisita repertório de 1970 e 1980

THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA SÃOPAULO

Três horas de show, o cantor completamente suado no palco, urrando seus hinos sobre o proletariado americano diante de uma platéia de 160 mil devotos enlouquecidos.
Parece um daqueles longos e apoteóticos shows de Bruce Springsteen nos anos 1970, quando o álbum "Born to Run" o levou ao estrelato.
Mas, desta vez, se trata do DVD da apresentação dele no ano passado, no Hyde Park londrino, coroando a década de renascimento do sujeito que é "the boss" (o patrão).
Springsteen é rei supremo nos Estados Unidos e tem muito sucesso no Japão e na Itália. Mas é nos lugares de língua inglesa que sua poesia sobre a vida do homem comum bate forte.
Os ingleses que se amontoaram no parque sabiam que o astro está cheio de gás, depois de emplacar três álbuns no topo da parada americana na última década. Mas o show guardou muitas surpresas para o público.
Logo de cara, Springsteen abriu a tarde/noite cantando "London Calling", hino punk do Clash. A audiência veio abaixo e cantou junto.
Ele misturou músicas antigas, algumas pouco revisitadas em show, como "She's the One" (1978), com material recente e poderoso, como "Waitin" on a Sunny Day".
Esta última é do CD "The Rising". Nas lojas poucos meses depois do 11 de Setembro, falava da volta por cima da América depois do atentado e se transformou no disco dele que mais vendeu em seu primeiro ano de lançamento: 12 milhões de cópias.
Muito do ímpeto quase juvenil que Springsteen demonstrou no palco inglês, aos 59 anos, veio dos muito bem-sucedidos CDs recentes, "Magic" (2007) e "Working on a Dream" (2009).
Depois de 15 músicas, o cantor resolveu jogar fora o repertório programado e passou a cantar o que as pessoas pediam em cartazes que brandiam sobre as cabeças.
A voz do povo fez Springsteen enfileirar canções dos anos 1970 e 1980, sem dúvida sua fase antológica, como "Promised Land", "Racing in the Streets", "No Surrender", "Bobby Jean", "Jungleland" e a clássica "Born to Run".
Dois hits acima de qualquer suspeita, "Glory Days" e "Dancing in the Dark", foram o fecho festivo da catarse de um messias do rock'n'roll.


BRUCE SPRINGSTEEN & THE E STREET BAND - LONDON CALLING LIVE IN HYDE PARK

LANÇAMENTO Sony Music
QUANTO R$ 70, em média
AVALIAÇÃO ótimo



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