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Madonna é acusada de oportunismo por adoção
Instituições africanas dizem que intérprete pagou para adotar bebê de 13 meses
Cantora passará por 18 meses de experiência; "quis ajudar criança a escapar da vida de dificuldades", disse em comunicado oficial
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
Bombardeada por acusações
de oportunismo e de ter usado
sua fortuna para burlar a lei ao
adotar um garoto de 13 meses
do Maláui, a cantora Madonna,
48, decidiu justificar sua entrada no rol das estrelas que adotam crianças de países pobres.
"Depois de tomar conhecimento de que há cerca de 1 milhão de órfãos no Maláui, desejei abrir nossa casa e ajudar
uma criança a escapar da vida
de extremas dificuldades, da
pobreza e, em muitos casos, da
morte, assim como expandir
nossa família", disse a cantora
em comunicado oficial, divulgado anteontem.
As declaradas boas intenções
de Madonna, que segue os passos de artistas como Angelina
Jolie e Meg Ryan (veja no quadro ao lado), no entanto, foram
colocadas em dúvida pela mídia
e por organizações de assistência à infância.
Segundo um grupo de instituições de caridade do Maláui,
a adoção de David Banda, que
perdeu a mãe após o parto e foi
deixado pelo pai em um orfanato, foi acelerada ilegalmente
graças ao dinheiro da cantora.
Madonna rechaçou as acusações, afirmando ter seguido os
procedimentos de adoção "de
acordo com a lei, como qualquer outra pessoa". Ela foi autorizada pela Justiça do Maláui
a levar o garoto, mas precisa
passar por um período de experiência de 18 meses antes de ter
a adoção confirmada.
Para corroborar suas intenções caridosas, Madonna ainda
doou 1,6 milhão de libras (cerca
de R$ 6,4 milhões) para ajudar
900 mil órfãos malauianos.
Paparazzi
A imprensa britânica segue o
caso avidamente. Um batalhão
de fotógrafos acompanhou a
chegada do garoto a Londres,
anteontem, e cercou a casa onde a cantora vive com seu marido, o diretor Guy Richie, e seus
dois filhos, Rocco e Lourdes.
Madonna não é a primeira celebridade a ter problemas por se
tornar mãe adotiva.
A atriz Angelina Jolie precisou brigar contra as leis americanas, que impediam a adoção
de crianças do Camboja, para
ganhar a guarda de seu filho
Maddox, em 2002.
Três anos depois, quando
adotou Zahara, da Etiópia, Jolie viu surgirem inúmeras mulheres afirmando ser a mãe ou a
avó da menina e clamando pela
devolução da criança, até um
juiz decidir em favor da atriz.
Mia Farrow, uma das precursoras do movimento, também
foi vítima de um caso ruidoso. A
atriz descobriu que seu parceiro de longa data, o cineasta
Woody Allen, estava tendo um
caso com uma de suas filhas
adotivas, a sul-coreana Soon-Yi. Atualmente, Allen é casado
com Soon-Yi, 35 anos mais nova do que ele.
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