São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Madonna é acusada de oportunismo por adoção

Instituições africanas dizem que intérprete pagou para adotar bebê de 13 meses

Cantora passará por 18 meses de experiência; "quis ajudar criança a escapar da vida de dificuldades", disse em comunicado oficial


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

Bombardeada por acusações de oportunismo e de ter usado sua fortuna para burlar a lei ao adotar um garoto de 13 meses do Maláui, a cantora Madonna, 48, decidiu justificar sua entrada no rol das estrelas que adotam crianças de países pobres.
"Depois de tomar conhecimento de que há cerca de 1 milhão de órfãos no Maláui, desejei abrir nossa casa e ajudar uma criança a escapar da vida de extremas dificuldades, da pobreza e, em muitos casos, da morte, assim como expandir nossa família", disse a cantora em comunicado oficial, divulgado anteontem.
As declaradas boas intenções de Madonna, que segue os passos de artistas como Angelina Jolie e Meg Ryan (veja no quadro ao lado), no entanto, foram colocadas em dúvida pela mídia e por organizações de assistência à infância.
Segundo um grupo de instituições de caridade do Maláui, a adoção de David Banda, que perdeu a mãe após o parto e foi deixado pelo pai em um orfanato, foi acelerada ilegalmente graças ao dinheiro da cantora.
Madonna rechaçou as acusações, afirmando ter seguido os procedimentos de adoção "de acordo com a lei, como qualquer outra pessoa". Ela foi autorizada pela Justiça do Maláui a levar o garoto, mas precisa passar por um período de experiência de 18 meses antes de ter a adoção confirmada.
Para corroborar suas intenções caridosas, Madonna ainda doou 1,6 milhão de libras (cerca de R$ 6,4 milhões) para ajudar 900 mil órfãos malauianos.

Paparazzi
A imprensa britânica segue o caso avidamente. Um batalhão de fotógrafos acompanhou a chegada do garoto a Londres, anteontem, e cercou a casa onde a cantora vive com seu marido, o diretor Guy Richie, e seus dois filhos, Rocco e Lourdes. Madonna não é a primeira celebridade a ter problemas por se tornar mãe adotiva.
A atriz Angelina Jolie precisou brigar contra as leis americanas, que impediam a adoção de crianças do Camboja, para ganhar a guarda de seu filho Maddox, em 2002.
Três anos depois, quando adotou Zahara, da Etiópia, Jolie viu surgirem inúmeras mulheres afirmando ser a mãe ou a avó da menina e clamando pela devolução da criança, até um juiz decidir em favor da atriz.
Mia Farrow, uma das precursoras do movimento, também foi vítima de um caso ruidoso. A atriz descobriu que seu parceiro de longa data, o cineasta Woody Allen, estava tendo um caso com uma de suas filhas adotivas, a sul-coreana Soon-Yi. Atualmente, Allen é casado com Soon-Yi, 35 anos mais nova do que ele.


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