São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Crítica/artes plásticas/"Geração da Virada"

"Geração da Virada" traça bom panorama

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Geração da Virada ou 10 + 1, os Anos Recentes da Arte Brasileira", em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, traça um ótimo panorama dos procedimentos de produção na arte contemporânea brasileira. A começar pela importância do desenho, destaque na obra de Sandra Cinto, Cabelo, Rosana Ricalde, Chiara Banfi, entre outros.
Bom momento da exposição é o contraponto da simplicidade da linha com o alto grau de experimentação em tecnologia, como nas instalações sonoras/ visuais de Paulo Vivacqua, com "Nynpheas", Mariana Maranhães, com "Arvorar", e do grupo Chelpa Ferro, com "Octopus", todas complexas e, ao mesmo tempo, simples.
A fotografia tem destaque nas imagens produzidas por Caio Reisewitz, Rogério Canela, Jared Domício, Edouard Fraipont, Rafael Assef, Carlos Melo, Sara Ramo e Cris Bierrenbach, e ganha maior vibração quando discute menos seu suporte e mais o caráter performático de sua realização.
A diversidade da produção em vídeo também é ressaltada nas obras de Thiago Rocha Pitta, Laércio Redondo, Janaina Tschäpe, Lia Chaia e Amílcar Packer, além da variedade da produção escultórica surgir nos trabalhos de José Damasceno, José Rufino, Daniel Acosta, Tatiana Blass, entre outros.
Entretanto, "Geração da Virada" não tem apenas o caráter de mostra panorâmica e sim de balanço de um período. Nesse sentido, parece ter sido abrangente demais por exibir vários artistas lançados há quase dez anos, e que, com carreiras consagradas, caso de Cinto, Cabelo, Rufino, e Efrain Almeida, só para citar alguns, parecem deslocados frente a outros recentemente expostos no projeto Rumos do Itaú Cultural, caso de Robbio, Banfi e Pitta.
Finalmente, a mostra levanta uma questão: até quando vamos seguir no discurso provinciano de pensar apenas na "arte brasileira", quando os artistas, hoje, estão num circuito mais internacionalizado e independente de reflexão nacionalista?


GERAÇÃO DA VIRADA OU 10 + 1    
Quando: de ter. a dom., das 11h às 20h; até 26 de novembro
Onde: Instituto Tomie Ohtake (r. Coropés, 88, tel. 0/xx/11/2245-1900)
Quanto: entrada franca


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