São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Besouro além do filme

Livros, músicas e até uma peça de teatro fazem referência ao capoeirista

Em "Mar Morto" (1936), de Jorge Amado, Besouro é descrito como "o mais valente dos negros do cais".
"A estrela de Besouro pisca no céu. É clara e grande. As mulheres dizem que ele está espiando os malfeitos dos homens (barões, condes, viscondes, marqueses) de Santo Amaro. Está vendo todas as injustiças que os marítimos sofrem. Um dia voltará para se vingar", escreve o baiano.

"Feijoada no Paraíso" (2002), de Marco Carvalho, tem o próprio capoeirista como narrador de contos carregados de gírias e termos da capoeira. O livro inspirou o diretor João Daniel Tikhomiroff.

A música "Lapinha", de Paulo César Pinheiro e Baden Powell, sucesso na voz de Elis Regina em 1968, é uma homenagem a Besouro. A letra diz: "Adeus Bahia, zum-zum-zum/ Cordão-de-Ouro/ Eu vou partir porque mataram meu Besouro"

O compositor Paulo César Pinheiro criou, em 2006, o espetáculo teatral "Besouro Cordão-de-Ouro", com 14 canções para berimbau.

A canção "Camafeu Guerreiro", de Jorge Vercilo e Paulo César Feital, lembra a fama de brigão do capoeirista: "Para defender quem é puro eu brigo/ Um capoeira, um Besouro vivo".

Diversas músicas para rodas de capoeira lembram o jogador. "Quem é você que acaba de chegar?/ Eu sou Besouro Preto/ Besouro de Mangangá", diz um dos versos mais famosos da capoeira.

Gilberto Gil disse, em entrevista, que dona Canô, mãe de Caetano Veloso, moradora de Santo Amaro e contemporânea de Besouro, gostava de contar histórias sobre o capoeirista. Consta que Dona Canô viu o lutador no dia da morte, ensanguentado, em 1924.


Texto Anterior: Análise: "Besouro" fecha ótimo ano para o cinema nacional
Próximo Texto: Perda do acervo de Oiticica é "catástrofe", diz Ferreira Gullar
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.