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"A Cor da Cultura" une ritmos africanos
João Bosco, Martinho da Vila, Luiz Melodia e outros cantam em show que o canal Futura exibe hoje às 21h
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Na véspera do Dia Nacional
da Consciência Negra (data da
morte de Zumbi dos Palmares),
o canal Futura exibe um show
raro: "A Cor da Cultura", gravado em 23 de maio em Salvador,
reúne em torno de ritmos de
origem africana nomes como
João Bosco, Martinho da Vila,
Beth Carvalho, Nei Lopes e
Luiz Melodia.
Os mestres-de-cerimônia
são Cláudio Jorge e Luiz Carlos
da Vila, que lançaram neste ano
o CD "Matrizes". O objetivo era
abranger um grupo grande de
ritmos. "Aplicar no show as
idéias do disco. Há o caso de
"Madalena", que fez sucesso
com Martinho como samba e
agora virou congada, outro ritmo de origem africana", conta
Jorge, que teve Luiz Carlos, o
jornalista Hugo Sukman e o
produtor Paulinho Albuquerque como co-roteiristas.
"Camafeu", outra música interpretada por Martinho da Vila, está no disco e no show, assim como "O Daqui, o Dali, o de
Lá" (Serginho Meriti/Bira da
Vila), "Tia Eulália na Xiba"
(Cláudio Jorge/Nei Lopes) e
"Pau de Arara" (Luiz Gonzaga/Guio de Moraes).
Mas várias outras foram incorporadas pelos convidados.
João Bosco, por exemplo, canta
"João do Pulo", que só tinha
gravado no pouco conhecido
disco "Cabeça de Nego". O samba-enredo heterodoxo, com letra de Aldir Blanc, é uma homenagem a João Carlos de Oliveira (1954-1999), ex-recordista
mundial do salto triplo.
Rita Ribeiro interpreta "Divino", parceria com o também
maranhense Zeca Baleiro, e
"Canto da Ema", sucesso de outro conterrâneo, João do Vale.
Com "Estácio, Eu e Você",
Luiz Melodia representa o bairro carioca onde ele nasceu e,
também, onde nasceu na década de 1920 o samba tal qual o
conhecemos hoje.
Ele ainda divide o palco com
Riachão, que mostra disposição
invejável para seus 85 anos ao
cantar suas "Cada Macaco no
Seu Galho" e "Camisa Molhada". Os outros representantes
baianos do show são o Olodum
e o Ilê Aiyê.
Nei Lopes canta "Jongo do
Irmão Café" e sambas conhecidos como "Tempo de Dondon".
Já Beth Carvalho esquenta a
concha acústica do teatro Castro Alves com "Vou Festejar",
preparando o final para "Kizomba", de Luiz Carlos da Vila.
"O universo [dos ritmos de
origens africanas] é infinito, dá
para fazer muitos discos e
shows. Há pouco tempo, descobri no Amapá o marabaixo, que
ficou de fora do "Matrizes'", diz
Cláudio Jorge.
Amanhã, às 20h, o Futura
exibirá "Zambiapunga", programa sobre costumes que o
Brasil herdou da África.
A COR DA CULTURA
Quando: hoje, às 21h
Onde: Futura
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