São Paulo, domingo, 19 de novembro de 2006

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"A Cor da Cultura" une ritmos africanos

João Bosco, Martinho da Vila, Luiz Melodia e outros cantam em show que o canal Futura exibe hoje às 21h

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra (data da morte de Zumbi dos Palmares), o canal Futura exibe um show raro: "A Cor da Cultura", gravado em 23 de maio em Salvador, reúne em torno de ritmos de origem africana nomes como João Bosco, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Nei Lopes e Luiz Melodia.
Os mestres-de-cerimônia são Cláudio Jorge e Luiz Carlos da Vila, que lançaram neste ano o CD "Matrizes". O objetivo era abranger um grupo grande de ritmos. "Aplicar no show as idéias do disco. Há o caso de "Madalena", que fez sucesso com Martinho como samba e agora virou congada, outro ritmo de origem africana", conta Jorge, que teve Luiz Carlos, o jornalista Hugo Sukman e o produtor Paulinho Albuquerque como co-roteiristas.
"Camafeu", outra música interpretada por Martinho da Vila, está no disco e no show, assim como "O Daqui, o Dali, o de Lá" (Serginho Meriti/Bira da Vila), "Tia Eulália na Xiba" (Cláudio Jorge/Nei Lopes) e "Pau de Arara" (Luiz Gonzaga/Guio de Moraes). Mas várias outras foram incorporadas pelos convidados.
João Bosco, por exemplo, canta "João do Pulo", que só tinha gravado no pouco conhecido disco "Cabeça de Nego". O samba-enredo heterodoxo, com letra de Aldir Blanc, é uma homenagem a João Carlos de Oliveira (1954-1999), ex-recordista mundial do salto triplo.
Rita Ribeiro interpreta "Divino", parceria com o também maranhense Zeca Baleiro, e "Canto da Ema", sucesso de outro conterrâneo, João do Vale. Com "Estácio, Eu e Você", Luiz Melodia representa o bairro carioca onde ele nasceu e, também, onde nasceu na década de 1920 o samba tal qual o conhecemos hoje.
Ele ainda divide o palco com Riachão, que mostra disposição invejável para seus 85 anos ao cantar suas "Cada Macaco no Seu Galho" e "Camisa Molhada". Os outros representantes baianos do show são o Olodum e o Ilê Aiyê.
Nei Lopes canta "Jongo do Irmão Café" e sambas conhecidos como "Tempo de Dondon". Já Beth Carvalho esquenta a concha acústica do teatro Castro Alves com "Vou Festejar", preparando o final para "Kizomba", de Luiz Carlos da Vila. "O universo [dos ritmos de origens africanas] é infinito, dá para fazer muitos discos e shows. Há pouco tempo, descobri no Amapá o marabaixo, que ficou de fora do "Matrizes'", diz Cláudio Jorge.
Amanhã, às 20h, o Futura exibirá "Zambiapunga", programa sobre costumes que o Brasil herdou da África.


A COR DA CULTURA
Quando:
hoje, às 21h
Onde: Futura


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