São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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CRÍTICA DRAMA

Filme finlandês mostra reação de homens à melancolia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A noite de Natal é uma dessas ocasiões do ano em que todos se sentem obrigados à felicidade. Não é o caso, no entanto, dos amigos que se reencontram nesse momento e que estão vivendo dramas pessoais de diferentes tipos.
O policial Matti, que acaba de realizar o sonho de ter um filho, descobre que o verdadeiro pai da criança é outro.
Erkki, fotógrafo e don Juan da turma, sofre por estar à distância do filho. O terceiro, Rauno, ao chegar de Paris, onde trabalha como ator, é informado pelo filho de que a ex-mulher está num hospital. Corre até lá, a tempo de saber que ela morreu e de levar uma surra do rapaz.
O que há de excepcional com esses homens é que nada há de muito excepcional. Aí reside, talvez, boa parte do interesse deste filme: homens quaisquer perdidos na cidade gélida (Helsinque, é de supor), que acabam no único lugar que encontram aberto, um karaokê.
Ali se passará a curiosa conversa entre os três e quase todo o filme de Mikka Kaurismäki. Estamos na tradição do desnudamento tão cara à dramaturgia nórdica. A conversa é mediada pelas músicas que, de tempos em tempos, eles cantam. Os mal-ententidos fornecem humor. O inverno e o lado nórdico acentuam a melancolia. Nada que supere a de, digamos, "Up -Altas Aventuras".

3 HOMENS E UMA NOITE FRIA

DIREÇÃO Mikka Kaurismäki
PRODUÇÃO Noruega
ONDE no cine Reserva Cultural
CLASSIFICAÇÃO não informada
AVALIAÇÃO bom


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