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CRÍTICA DRAMA
Filme finlandês mostra reação de homens à melancolia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A noite de Natal é uma dessas ocasiões do ano em que
todos se sentem obrigados à
felicidade. Não é o caso, no
entanto, dos amigos que se
reencontram nesse momento
e que estão vivendo dramas
pessoais de diferentes tipos.
O policial Matti, que acaba
de realizar o sonho de ter um
filho, descobre que o verdadeiro pai da criança é outro.
Erkki, fotógrafo e don Juan
da turma, sofre por estar à
distância do filho. O terceiro,
Rauno, ao chegar de Paris,
onde trabalha como ator, é
informado pelo filho de que a
ex-mulher está num hospital. Corre até lá, a tempo de
saber que ela morreu e de levar uma surra do rapaz.
O que há de excepcional
com esses homens é que nada há de muito excepcional.
Aí reside, talvez, boa parte do
interesse deste filme: homens quaisquer perdidos na
cidade gélida (Helsinque, é
de supor), que acabam no
único lugar que encontram
aberto, um karaokê.
Ali se passará a curiosa
conversa entre os três e quase todo o filme de Mikka Kaurismäki. Estamos na tradição
do desnudamento tão cara à
dramaturgia nórdica. A conversa é mediada pelas músicas que, de tempos em tempos, eles cantam. Os mal-ententidos fornecem humor.
O inverno e o lado nórdico
acentuam a melancolia. Nada que supere a de, digamos,
"Up -Altas Aventuras".
3 HOMENS E
UMA NOITE FRIA
DIREÇÃO Mikka Kaurismäki
PRODUÇÃO Noruega
ONDE no cine Reserva Cultural
CLASSIFICAÇÃO não informada
AVALIAÇÃO bom
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