São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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Garantia de trailer é nova reivindicação

DA REPORTAGEM LOCAL

Além do aumento da cota de tela para 2008, os cineastas solicitam à Agência Nacional do Cinema uma medida que obrigue a exibição de pelo menos um trailer de filme nacional antes de cada sessão.
A demanda pela regulação dos trailers, cuja exibição vem perdendo espaço nos cinemas concomitantemente ao aumento da difusão de anúncios publicitários, tem o apoio de parcela dos produtores.
O trailer é tido por especialistas do mercado como a mais eficaz peça de divulgação de filmes, já que atinge diretamente o consumidor de cinema.
"Hoje em dia, o grande problema é conseguir passar o seu trailer. Sem regular isso, a [existência da] cota de tela e nada é a mesma coisa", afirma o produtor Luiz Carlos Barreto.

Negócio
A demanda por mais regulação no setor não é consenso. A produtora Walkiria Barbosa, da Total Filmes ("Se Eu Fosse Você", campeão de público de 2006, com 3,6 milhões de espectadores), afirma que, "o cinema encarado como indústria tem que acabar com o conceito da obrigatoriedade e fortalecer o conceito do negócio".
Barbosa é contra a existência da cota de tela. "Ninguém rasga dinheiro. Se você tem um bom produto, o exibidor vai querer."
Para o lançamento da comédia "Sexo com Amor", de Wolf Maya, no próximo mês de fevereiro, ela preparou um "trailer interativo". Na avaliação da produtora "existe uma mudança no comportamento do consumidor, não só de cinema, que hoje é impactado por milhões de mídias ao mesmo tempo e quer participar, dar opinião".
Barbosa afirma que "vamos ter que ser mais inteligentes para falar com o espectador e voltar a ter as salas cheias".
O exibidor Adhemar Oliveira, cujo circuito de salas Espaço Unibanco e Unibanco Arteplex privilegia os títulos nacionais, diz que "estamos discutindo o sexo dos anjos" ao debater a cota de tela. "O cinema está enfrentando um problema de público, de sobrevivência. Fico imaginando a saúde das mil e tantas salas brasileiras que não pertencem a complexos [empresas de multiplex]", diz. (SA)


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