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Dos flanelinhas às corridas de táxi, tudo foi superfaturado
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL
Não foi só Madonna quem
saiu no lucro com o show do
Morumbi. Dos flanelinhas que
cobravam até R$ 200 para
olhar os carros parados na rua
aos taxistas que pediam R$ 150
para uma corrida até a avenida
Paulista e aos guardadores na
fila que chegavam a cobrar R$
300 para ceder o lugar, tudo foi
superfaturado. Até os moradores das casas vizinhas ao estádio entraram no esquema. O
banho saía por R$ 5 e o banheiro, a R$ 1. Somados ingresso,
flanelinha e lugar privilegiado,
o fã poderia gastar R$ 1.220.
Para evitar tanta extorsão, a
estudante Juliana de Andrade
Freitas, 20, deixou o carro no
shopping Cidade Jardim, na
marginal Pinheiros, e foi ao estádio de táxi. "Impossível ir de
carro, estavam cobrando R$
150 para parar na rua", disse, ao
entrar no show, depois de esperar mais de duas horas na fila.
Prejuízo mesmo só tiveram
os cambistas: de R$ 600 (mais
R$ 120 de taxa de conveniência), os ingressos para a platéia
VIP eram vendidos ontem no
mercado negro por R$ 50, ou
R$ 40 depois de algum regateio
próximo do início do show.
Do lado de fora, houve um arrastão de batedores de carteira,
e a polícia disse nada ter visto.
Pouco depois das 18h, um
suspeito de roubar documentos de identidade foi retirado
da fila por policiais e espancado
na frente dos fãs -ele chegou a
ser imobilizado no chão e chutado. Fãs, cambistas e vendedores de rua cercaram os policiais
pedindo que o soltassem, jogaram garrafas de água e foram
xingados. À Folha, o posto policial afirmou não ter presenciado a ação, mas caso de fato
tenha ocorrido, teria havido
"excesso". Ao total, seis pessoas foram levadas ao departamento de polícia, por flagrante.
Dentro do estádio, produção
do show e sócios com cadeiras
cativas do Morumbi se desentenderam sobre ter direito ou
não a um lugar sem pagar.
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