São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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Dos flanelinhas às corridas de táxi, tudo foi superfaturado

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL

Não foi só Madonna quem saiu no lucro com o show do Morumbi. Dos flanelinhas que cobravam até R$ 200 para olhar os carros parados na rua aos taxistas que pediam R$ 150 para uma corrida até a avenida Paulista e aos guardadores na fila que chegavam a cobrar R$ 300 para ceder o lugar, tudo foi superfaturado. Até os moradores das casas vizinhas ao estádio entraram no esquema. O banho saía por R$ 5 e o banheiro, a R$ 1. Somados ingresso, flanelinha e lugar privilegiado, o fã poderia gastar R$ 1.220.
Para evitar tanta extorsão, a estudante Juliana de Andrade Freitas, 20, deixou o carro no shopping Cidade Jardim, na marginal Pinheiros, e foi ao estádio de táxi. "Impossível ir de carro, estavam cobrando R$ 150 para parar na rua", disse, ao entrar no show, depois de esperar mais de duas horas na fila.
Prejuízo mesmo só tiveram os cambistas: de R$ 600 (mais R$ 120 de taxa de conveniência), os ingressos para a platéia VIP eram vendidos ontem no mercado negro por R$ 50, ou R$ 40 depois de algum regateio próximo do início do show.
Do lado de fora, houve um arrastão de batedores de carteira, e a polícia disse nada ter visto.
Pouco depois das 18h, um suspeito de roubar documentos de identidade foi retirado da fila por policiais e espancado na frente dos fãs -ele chegou a ser imobilizado no chão e chutado. Fãs, cambistas e vendedores de rua cercaram os policiais pedindo que o soltassem, jogaram garrafas de água e foram xingados. À Folha, o posto policial afirmou não ter presenciado a ação, mas caso de fato tenha ocorrido, teria havido "excesso". Ao total, seis pessoas foram levadas ao departamento de polícia, por flagrante.
Dentro do estádio, produção do show e sócios com cadeiras cativas do Morumbi se desentenderam sobre ter direito ou não a um lugar sem pagar.


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