IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Domingo é dia de a Royal Philharmonic Orchestra tocar compositores brasileiros na Coleção Folha de Música Clássica. O volume apresenta obras de dois de nossos maiores criadores de todos os tempos: Carlos Gomes e Villa-Lobos.
Nascido em Campinas, Antônio Carlos Gomes (1836-1896) foi o primeiro compositor brasileiro a obter destaque internacional. Sua especialidade foram as óperas, quase todas com libreto em italiano, e com grande sucesso nos palcos europeus.
A obra que fez a carreira de Carlos Gomes decolar foi "Il Guarany", que estreou no Scala de Milão, em 1870. Conhecidíssima por sua utilização no programa radiofônico "A Voz do Brasil", a abertura do "Guarany" não se fez ouvir na estréia da ópera, tendo sido escrita por ocasião da Exposição Industrial de Milão, em 1871.
Se em Carlos Gomes tivemos o primeiro autor nacional cuja fama cruzou o Atlântico, em Heitor Villa-Lobos (1887-1959) vemos o mais executado, gravado e reconhecido compositor brasileiro de todos os tempos.
Villa-Lobos compôs caudalosamente, e em quase todos os gêneros: concertos, óperas, sinfonias, música de câmera, canções, obras sacras. A parte mais difundida de sua produção são as nove "Bachianas Brasileiras", peças dos anos 30 para as mais diversas formações que buscaram sintetizar a essência do que ele via como o caráter "nacional" de nossa música.
O volume é complementado por dois relevantes autores latino-americanos. Do argentino Alberto Ginastera (1916-1983), a Royal toca as "Variações Concertantes opus 23", enquanto, do mexicano José Pablo Moncayo (1912-1958), a peça escolhida é "Huapango", cuja orquestração colorida evoca as bandas de "mariachi".


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