São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

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CRÍTICA

O último grito do Ipiranga

DA REPORTAGEM LOCAL

O sol estava prestes a torrar os miolos dos críticos de moda quando as modelos começaram a apresentar, plácidas e frescas, na longa pista que circundava os jardins do Museu do Ipiranga, o outono-inverno 2006 da Cavalera.
Ninguém estava esperando muita coisa, pelo histórico recente da marca. Mas, de repente, tudo foi ganhando outro aspecto, o sol mesmo parecia ter amenizado sua tortura, diante de uma coleção acentuadamente marcada pela busca do novo e da transformação. É sempre um risco, na indústria da moda, tentar coisas inusuais.
A Cavalera assumiu esse desafio, em roupas que experimentaram formas e composições audaciosas, com recursos muito elaborados, como os vestidos feitos a partir de rendas renascença tecidas no Nordeste e os bordados trapunto recheados de espuma.
A Maria Bonita fez um desfile impecável, repleto de sutilezas na modelagem e no uso das estampas, elaboradas pela artista plástica Sandra Cinto.
As formas, muito leves, brincavam com o corte, o volume e as texturas, às vezes em controladas desconstruções. A elegância notória da marca ganhou ares mais contemporâneos.
O desfile da Zapping não causou entusiasmo como o da Zoomp, que apresentou anteontem uma coleção forte, recuperando os bons tempos de seu estilo casual. A Zapping perdeu-se em clichês do streetwear e reiterações sem novidades de suas coleções passadas -e os ótimos sapatos (da Schultz) chegaram a chamar mais atenção do que as roupas. (ALCINO LEITE NETO E VIVIAN WHITEMAN)

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