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Série
"The Strip" subestima o público-alvo
RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Sex and the City" (1998-2004) virou a maior das séries
de "mulherzinha" ao tratar
com sarcasmo e inteligência
dramas femininos que se mostravam, vá lá, mais fúteis que
existenciais. A neozelandesa
"The Strip", que tem seu segundo episódio exibido à 0h30 de
hoje para amanhã no GNT, almeja o mesmo público.
Aqui, a protagonista é Melissa (Luanne Gordon), uma advogada workaholic que pega o
marido com outro homem na
cama e resolve largar tudo para
abrir uma boate de striptease
masculino.
A questão é que nada no roteiro de "The Strip" é sutil. Não
basta a advogada ser metódica,
ela tem de anotar sistematicamente tudo na agenda -que é,
afinal, o traço mais forte que se
imagina sobre alguém regrado.
Tampouco é suficiente que decida mudar de vida; ela precisa
abandonar até a sobriedade de
seu guarda-roupa da noite para
o dia. Assim como seu marido,
que, ao se assumir gay, opta por
um topete descolorido e regatas com tachinhas nos ombros.
Fica a dúvida: a sensação de
estar assistindo a um vídeo de
curso de inglês decorre dessas
informações mastigadas ou de
lugares-comuns como os sonhos que Melissa tem acordada? A impressão é a de que os
criadores de "The Strip" não
confiam tanto no poder de cognição de seu público-alvo.
THE STRIP
Quando: à 0h30 de hoje para amanhã
Onde: GNT
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