São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2007

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Série

"The Strip" subestima o público-alvo

RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Sex and the City" (1998-2004) virou a maior das séries de "mulherzinha" ao tratar com sarcasmo e inteligência dramas femininos que se mostravam, vá lá, mais fúteis que existenciais. A neozelandesa "The Strip", que tem seu segundo episódio exibido à 0h30 de hoje para amanhã no GNT, almeja o mesmo público.
Aqui, a protagonista é Melissa (Luanne Gordon), uma advogada workaholic que pega o marido com outro homem na cama e resolve largar tudo para abrir uma boate de striptease masculino.
A questão é que nada no roteiro de "The Strip" é sutil. Não basta a advogada ser metódica, ela tem de anotar sistematicamente tudo na agenda -que é, afinal, o traço mais forte que se imagina sobre alguém regrado.
Tampouco é suficiente que decida mudar de vida; ela precisa abandonar até a sobriedade de seu guarda-roupa da noite para o dia. Assim como seu marido, que, ao se assumir gay, opta por um topete descolorido e regatas com tachinhas nos ombros.
Fica a dúvida: a sensação de estar assistindo a um vídeo de curso de inglês decorre dessas informações mastigadas ou de lugares-comuns como os sonhos que Melissa tem acordada? A impressão é a de que os criadores de "The Strip" não confiam tanto no poder de cognição de seu público-alvo.


THE STRIP
Quando:
à 0h30 de hoje para amanhã
Onde: GNT


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