São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

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ANÁLISE

Hipnótico, Bono conduz show de rock e política

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Hoje à noite, o ingresso mais suado dos últimos anos apagará todas as más lembranças para obtê-lo, no momento em que a megabanda irlandesa U2 der os acordes iniciais para seu quarto megashow no Brasil, o primeiro dos dois únicos que a banda fará desta vez no país, ambos pela Vertigo Tour, ambos no Morumbi, em São Paulo.
Logo no espetáculo de abertura, por cerca de meia hora o excelente quarteto escocês Franz Ferdinand esquentará o público do U2 com suas estilosas canções de três anos de estrada.
Depois aparecem os donos da noite, com TRINTA anos de canções marcantes e com o show que, quando 2006 acabar, vai ter sido visto por mais de 4 milhões.
Uma apresentação do U2 tem dois atrativos. Primeiro, a banda em si. Depois, o superstar Bono, uma das três pessoas mais importantes do planeta, segundo a "Time". E uma apresentação do U2 tem dois Bonos. O rockstar e o "político-star".
Bono deve se materializar como se fosse mágica, na ponta do palco-plataforma, e em meio ao jogo de luzes e confetes. Bono é hipnótico.
Vai ter hora do discurso contra as injustiças, contra a fome. Vai cantar "One" para os sofridos da África. Pode usar a mesma música para incitar mensagens de celular do público e montar um abaixo-assinado gigante e instantâneo a ser enviado a uma ONG. Bono é futuro.
O U2 costuma entrar ao som de "Wake Up", ode ao Arcade Fire. A música que abre o show dificilmente escapa dessas três: "City of Blinding Lights", "Vertigo" ou "Love and Peace or Else". Mas pode vir uma "homenagem brasileira".
O U2 joga o jogo: as versões das músicas dos anos 80 são igualzinhas ao jeito tocado nos anos 80. Não há uma "roupagem nova" para "Sunday Bloody Sunday", por exemplo. O U2 é carregado pelas boas canções. E, ainda você pode estar vendo em ação um futuro Prêmio Nobel da Paz. U2 é evento. E Bono é um big brother.


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