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STONES NO RIO
Vocalista poderia gravar entrevista no Rio; Folha presencia fotógrafo ser expulso de hotel de forma agressiva
Jagger fica, e banda segue para Argentina
DOS ENVIADOS AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de não dar o ar de sua
graça durante os dias que antecederam o show dos Rolling Stones
no Rio, o vocalista Mick Jagger
despistou fãs e jornalistas e desapareceu ontem de vez.
A Polícia Federal confirmou
que ele não embarcou no avião
que levou os demais integrantes
da banda para Buenos Aires, onde
fazem show amanhã. O hotel Copacabana Palace também afirmou, na tarde de ontem, que o
músico continuava registrado como hóspede.
Até o fechamento dessa edição,
não havia informações sobre onde ele estaria e qual a sua agenda.
Segundo informações de pessoas ligadas ao programa "Superpop", de Luciana Gimenez, Jagger
teria ficado no Rio para gravar
uma entrevista com a apresentadora, mãe de seu filho Lucas.
Também havia a possibilidade de
o músico comparecer ao ensaio
da escola de samba Imperatriz
Leopoldinense, da qual Gimenez
é rainha da bateria.
Isolamento e agressão
O aparato de segurança dos Stones e o esquema de isolamento de
Mick Jagger impressionavam.
Na madrugada de ontem, depois do show, o guitarrista Ron
Wood e Jagger apareceram na festa organizada pela produção no
Salão Nobre do Copa. Jagger ficou
em uma área reservada, protegida
por seguranças e na qual poucas
pessoas podiam entrar. Segundo
relatos de convidados, alguns homens estariam armados.
Quando alguém tentava tirar
uma foto de Jagger, um dos homens apontava uma lanterna para a máquina, inviabilizando a
imagem. O fotógrafo Fernando
Mendonça Lima foi agredido por
seguranças brasileiros por ter feito, na festa, uma foto de Jagger
próximo da apresentadora Luciana Gimenez, mãe de Lucas, o filho
brasileiro do cantor.
Free-lancer contratado pela
Planmusic, empresa responsável
pelo show, Mendonça Lima disse
que estava acompanhando as tentativas de Gimenez de se aproximar de Jagger. Quando ela conseguiu, ele apertou o botão.
"Foi uma foto só. Eles [os seguranças] me arrastaram e arrancaram o cartão [digital]. O problema é que ali também tinha mais
de 200 fotos que eu fiz do show",
disse ele.
A Folha acompanhou a retirada
do fotógrafo do hotel por cinco
seguranças, por volta de 1h30 da
manhã. Um segurança dos Stones
chegou em seguida e gritou em
inglês para Mendonça Lima lhe
dar o cartão.
O fotógrafo acabou sendo arrastado com truculência para uma
porta lateral do hotel, onde o segurança da banda tirou o cartão
da máquina antes de devolvê-la. A
violência dos seguranças provocou protestos de pessoas que estavam na rua. Os promotores do
show não quiseram comentar.
Acenos
Durante a manhã, Ron Wood
acenou quatro vezes na sacada da
cobertura do hotel, enquanto
Mick Jagger fez uma rápida aparição na janela. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, um dos convidados da produção do evento para a festa na madrugada, deixou o
hotel por volta das 11h de ontem.
Programado para a noite de ontem, o vôo dos Stones foi antecipado para a tarde, e a movimentação de saída da banda tumultuou
o trânsito de Copacabana. A polícia ocupou o trecho da av. Nossa
Senhora de Copacabana e fechou
a avenida por 20 minutos.
Cercado por fãs e pela imprensa, músicos da banda deixaram o
hotel pela saída dos fundos às
15h30. O baterista Charlie Watts
foi o primeiro a entrar no ônibus,
seguido dos guitarristas Ron
Wood e Keith Richards. Mick Jagger não apareceu.
Escoltado por motos e carros da
polícia e sem o vocalista, o ônibus
deixou o Copacabana Palace às
15h25, seguindo para o aeroporto
internacional do Galeão, onde
chegou às 16h05, entrando direto
na pista por um portão lateral. O
ônibus encostou próximo do
avião e os integrantes da banda
embarcaram. Às 16h42, levantou
vôo rumo à Argentina.
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