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Stones desafiam comparações
THIAGO NEY
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Comentar hoje sobre um show
dos Rolling Stones não é tarefa
das mais fáceis. Porque é um fato
único, não há comparação a ser
feita dentro do rock and roll.
Não há banda que exista há tanto tempo como eles (43 anos) e
que ainda consiga reunir 1,3 milhão de pessoas numa praia carioca. O U2, que também está no
Brasil, conseguiria? Provavelmente, mas o U2 é mais de uma década mais moço. No Ano Novo de
1994 para 1995, Rod Stewart reuniu 3,5 milhões de festeiros em
Copacabana. Mas deve-se dar um
desconto: era Réveillon. Anteontem à noite, apesar de muitos não
serem fãs da banda, ele estavam
ali apenas por causa dos Stones.
Mick Jagger e Keith Richards estão com 62 anos. Sessenta e dois
anos. Charlie Watts, recuperado
de um câncer na garganta, é ainda
mais velho (64). Já tocaram no
mundo inteiro, para todo o tipo
de platéia, VIPs e não-VIPs. Mesmo assim, estavam, eles e o guitarrista Ron Wood, visivelmente
emocionados com o que acontecia no Rio de Janeiro.
Agradar tanta gente é complicado. Iniciaram a apresentação com
dois de seus maiores -e mais reconhecíveis- clássicos: "Jumpin"
Jack Flash" e "It's Only Rock and
Roll". Podem ser acusados de
apenas revisitar antigos hits. Tudo bem, mas aí, de novo: eles estão nesse negócio há 43 anos, sabem de cor como comandar uma
festa. E não há festa que não fique
animada sob o som de "Honky
Tonk Women", "Start Me Up",
"Brown Sugar"...
Mick Jagger, como de costume,
não parava nem um segundo; rebolava, atiçava o público, colocava o microfone no meio das calças. Richards é macaco velho; se
diverte fazendo pose com a guitarra, ajoelha para as câmeras.
No palco B, pertinho dos "não-VIPs", tocam quatro músicas, e a
empolgação é maior, até com a
nova "Rough Justice". Os que estão mais pertos atiram camisetas,
bandeiras... Após voltarem ao
palco A, finalizam o memorável
show com "You Can't Always Get
What You Want" e "Satisfaction".
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