São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

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Stones desafiam comparações

THIAGO NEY
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Comentar hoje sobre um show dos Rolling Stones não é tarefa das mais fáceis. Porque é um fato único, não há comparação a ser feita dentro do rock and roll.
Não há banda que exista há tanto tempo como eles (43 anos) e que ainda consiga reunir 1,3 milhão de pessoas numa praia carioca. O U2, que também está no Brasil, conseguiria? Provavelmente, mas o U2 é mais de uma década mais moço. No Ano Novo de 1994 para 1995, Rod Stewart reuniu 3,5 milhões de festeiros em Copacabana. Mas deve-se dar um desconto: era Réveillon. Anteontem à noite, apesar de muitos não serem fãs da banda, ele estavam ali apenas por causa dos Stones.
Mick Jagger e Keith Richards estão com 62 anos. Sessenta e dois anos. Charlie Watts, recuperado de um câncer na garganta, é ainda mais velho (64). Já tocaram no mundo inteiro, para todo o tipo de platéia, VIPs e não-VIPs. Mesmo assim, estavam, eles e o guitarrista Ron Wood, visivelmente emocionados com o que acontecia no Rio de Janeiro.
Agradar tanta gente é complicado. Iniciaram a apresentação com dois de seus maiores -e mais reconhecíveis- clássicos: "Jumpin" Jack Flash" e "It's Only Rock and Roll". Podem ser acusados de apenas revisitar antigos hits. Tudo bem, mas aí, de novo: eles estão nesse negócio há 43 anos, sabem de cor como comandar uma festa. E não há festa que não fique animada sob o som de "Honky Tonk Women", "Start Me Up", "Brown Sugar"...
Mick Jagger, como de costume, não parava nem um segundo; rebolava, atiçava o público, colocava o microfone no meio das calças. Richards é macaco velho; se diverte fazendo pose com a guitarra, ajoelha para as câmeras.
No palco B, pertinho dos "não-VIPs", tocam quatro músicas, e a empolgação é maior, até com a nova "Rough Justice". Os que estão mais pertos atiram camisetas, bandeiras... Após voltarem ao palco A, finalizam o memorável show com "You Can't Always Get What You Want" e "Satisfaction".


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