São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

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Mônica Bergamo

@ - bergamo@folhasp.com.br

João Sal/Folha Imagem
A modelo Adriana Lima dança ao som da Timbalada, no Carnaval de Salvador


Ronaldo, o fenômeno, estava trabalhando e não apareceu no camarote da Brahma no domingo de Carnaval. Mas ligou da Europa pedindo 15 convites para primas, primos, tios e tias verem a festa no sambódromo do Rio. Nada feito. A cervejaria não topou patrocinar a farra da família alheia e só enviou convites para os pais do craque.
 

Luana Piovani, presente. Ela está se sentindo "quase" culpada. Pulando e dançando no camarote da Nova Schin, não quer dar declarações sobre o Carnaval. ""Tô" com um pouco de preguiça." Como assim?
 

LUANA PIOVANI - Eu quase me sinto culpada de estar aqui, por causa do que está acontecendo no Brasil [refere-se ao assassinato do menino João Hélio]. De qualquer jeito, estou aqui me divertindo, né?

FOLHA - É.
LUANA
- Cara, é porque eu sou feliz. Eu estava lendo o Diogo Mainardi [colunista da revista "Veja"]. Eu estive pensando que se todos fizessem aquilo [Mainardi sugeriu que o Carnaval fosse cancelado], ia ser drástico, mas ia ser legal.

FOLHA - E por que não fez?
LUANA
- Mas eu estou fazendo. Eu estou aqui dando a minha opinião para um jornal importante.

 

Opinião dada, a festa continua. O ex-namorado Dado Dolabella chega. Começa a performance: Luana está irritada. Luana vai dançar noutro canto. Luana e o ex se cruzam. Eles vão se falar?
 

Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e namorada do diretor Marcos Paulo, da TV Globo, não sente culpa de nada. Ela vai desfilar no dia seguinte [ontem] na Grande Rio, "no lugar que era da Suzana Vieira, eu acho. Eu sou fã dela, mas me convidaram... não tenho culpa!".
 

E eis que, do outro lado do sambódromo, no camarote da cervejaria concorrente, chega Suzana Vieira. Triunfal, de braços dados com o marido, o policial Marcelo Silva. Que, devidamente desculpado pela mulher amada, reaparece pela primeira vez ao lado dela depois de destruir -com outra -a suíte de um motel.
 

"Cadê meu segurança? Cadê?", grita Suzana. "Gente, eu quero saber cadê o segurança que eu pedi?." Empurra daqui, aperta dali, ela chega à sacada do camarote. O marido dá as costas para os fotógrafos. "Amor, meu amor... vira um pouquinho, vai", diz. Ele sorri para as câmeras. Aplausos. Em seguida, o casal parte para o "chiqueirinho" reservado a celebridades.
 

"Eu não pedi isso. Foi uma gentileza que fizeram porque a situação ficou complicada hoje", diz Suzana. Sobre a "situação complicada", ela diz apenas que o amor venceu". "Eu venho aqui há 20 anos. Não iria deixar de vir. E não tem nada de cachê. Até vou deixar de desfilar na Grande Rio [patrocinada pela Itaipava] porque eles não gostaram de eu vir aqui na Brahma."
 

Rodrigo Santoro chega com a namorada, Ellen Jabour, escoltado por quatro seguranças. Sua irmã, Flávia Santoro, pede: "Ele quer muito ver a Mangueira. Vai ficar chateado se vocês interromperem". Daniella Cicarelli, contratada pela Brahma para ser a "musa do camarote" por estimados R$ 50 mil, beija Tato Malzoni. Os fotógrafos gritam: "Olha pra cá, YouTube! YouTubeeee!".  

FOLHA - Você ouve os gritos de "YouTube"...
CICARELLI
- Caíco [de Queiroz, empresário de Cicarelli], tira ela daqui. Vai falar de coisa que não dá! Pode tirar! [diz, e vira de costas].

 

Flávia Santoro está em prantos. "Está ruim, Ellen, mas vai ficar muito pior", diz à cunhada. Qual é o motivo do choro. "É que a gente se emociona quando se encontra, sabe? Somos amigas de outras vidas", diz Ellen. Em seguida, ri com Flávia: "Gente, eu disse pra jornalista que a gente "tava" chorando de emoção!".
 

Ana Maria Braga, Simone e Marília Gabriela discutem o passeio de barco marcado para depois do Carnaval, em Angra. "Vocês vão fazer neném antes. Eu sei, eu sei. Por isso, quero ficar upstairs [no andar de cima]", diz Simone, apontando para Alexandre Giovanani, novo namorado de Ana.
 

Outro camarote "bombado": o de Sérgio Cabral, governador do Rio. Estão lá dois outros governadores (Jaques Wagner, da BA, e Eduardo Campos, de PE), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello, o embaixador dos EUA, Clifford Sobel, o presidente do BID, Luis Alberto Moreno. Por que Cabral não convidou José Serra, governador de SP? Breve silêncio. "Sabe que foi um vacilo meu?!"
O embaixador americano mal entende o que se passa em torno de si: ele não fala palavra de português. Está tendo uma hora de aula todos os dias. Mas é pouco, muito pouco. Diz que a mulher "loves" o "Carnival" e não quer sair da Sapucaí. O presidente Bush vem ao Brasil "só por um dia", Lula terá que ir a SP encontrá-lo. A viagem não tem nadica de nada a ver com Hugo Chávez, da Venezuela. "O presidente Bush quer visitar a AL, é só. Vai a cinco países", diz.
 

A bolsa de apostas do camarote diz que Marta Suplicy não será ministra de Lula. Jaques Wagner, grande amigo do presidente, alerta: "O presidente não morre de amores pela Marta, não morre de amores pelo PT de SP, não morreu de amores pela eleição do Arlindo Chinaglia para a Câmara. Mas o que eu soube é que ela pode ser ministra".
 

Depois da passagem da Mangueira, os camarotes começam a esvaziar. "Amor, onde você "tava'?", pergunta Santoro ao reencontrar a namorada no camarote. Ela puxa o namorado em direção à saída. "Vamos, vamos!", ela diz, batendo os braços na perna: "Não dá! É o tempo todo! Eles não dão descanso! Não dá, poxa!". Os dois entram num carro e somem na noite carioca.


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