São Paulo, quinta, 20 de março de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRECHOS

``Praxágora - Bem, ninguém me contradiga ou interrompa antes de me ouvir e conhecer inteiramente meu projeto. Pretendo que todos venham a ter tudo em comum e que disso possam viver. Não quero mais que um seja rico e outro, pobre; que um tenha tanta terra para cultivar e outro, nem mesmo onde ser enterrado; que um tenha tantos escravos e outro, nem ao menos um criado. Vou fazer com que todos os meios de sobrevivência sejam comuns e iguais para todos.
Blépiro (irônico) - E será mesmo tudo igual para todos?
Praxágora - Não. Você, na certa, vai à merda antes de mim.
Blépiro - Até a merda será comum?
Praxágora - Ora, eu não tinha avisado para não me interromper? Eu estava para dizer justamente que, antes de mais nada, vou transformar a terra, o dinheiro e tudo o que cada um possui num único bem comum. Depois disso, viveremos administrando e economizando com bom senso.
Blépiro - E quem não possuir terra, e sim dinheiro e moedas, riquezas que não se vê?
Praxágora - Colocará em comum.
Trecho da peça ``Assembléia de Mulheres''.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã