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RÁDIO
Anatel realiza operação pente-fino nas "rádios que andam"
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Anatel iniciou na semana
passada uma verdadeira
operação pente-fino nas AMs e
FMs que têm concessão da Grande São Paulo, interior ou litoral e
operam na capital.
Um relatório enviado à Folha
pela Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) mostra que
há 15 FMs e oito AMs nessa situação (veja ao lado). A maioria teve
a situação regularizada por um
verdadeiro festival de portarias do
Ministério das Comunicações.
Outras estão operando apoiadas
em liminares da Justiça.
Mas o fato de haver autorização
-ou do ministério ou judicial-
para alterar o local da instalação
da antena não significa, necessariamente, que as emissoras estejam funcionando regularmente.
Não é raro que as rádios usem
uma potência acima da autorizada para serem ouvidas em um
raio maior em São Paulo. Há ainda o artifício de colocar a antena
na fronteira e aumentar a potência. Por isso, além das rádios de
outras cidades que têm o transmissor na capital, a Anatel checará as que estão fora, mas podem
ser ouvidas em São Paulo.
É o caso, segundo o documento
da Anatel, da Mundial FM (95,7
MHz) e da 105 FM (105,1 MHz),
de Jundiaí, da 98 FM/Rádio News
(98,1 MHz), de Itatiba, da Nacional AM (920 KHz), de Cotia, da
Tupi AM (1.330 kHz) e da Nova
Difusora (1.540 kHz), de Osasco.
A decisão de dar "uma geral" no
dial de São Paulo foi tomada a
partir de denúncias e da pressão
de prefeituras das cidades de onde
as rádios "migraram" para a capital. É o caso de Santa Isabel e de
Arujá, na Grande SP. Os prefeitos
não têm entrado diretamente na
Justiça, mas estão estimulando a
abertura de ações populares.
As portarias do ministério salvaram a pele de vários donos de
rádios até 1998. Foi quando o governo baixou um decreto proibindo que o local da antena fosse diferente do de concessão.
A partir daí, só brigando na Justiça. Das quatro FMs que estão
operando apoiadas em liminares,
três (Kiss, Tupi e Apolo) são do
grupo CBS, de Paulo de Abreu.
A situação mais grave é da Apolo (94,1 MHz). Segundo a Anatel,
a emissora nem tem concessão
para operar em lugar nenhum. A
liminar foi concedida em 1997.
Do mesmo grupo, foi fechada
na semana passada uma FM de
Sorocaba que operava nos 100,5
MHz. Foi encontrada em São Roque e podia ser ouvida em São
Paulo. A rádio, de forró, estava
dando interferência na Jovem Pan
(100,9 MHZ) e na Transamérica
(100,1 MHz), que fez a denúncia.
laura@folhasp.com.br
Excepcionalmente hoje não serão publicadas a ilustração e a coluna com as dez
músicas mais tocadas
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