São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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FILMES

TV ABERTA

Construção de "Pulp Fiction" se distingue da massa

A Sombra e a Escuridão
Globo, 16h15.
  
(The Ghost and the Darkness). EUA, 1996, 109 min. Direção: Stephen Hopkins. Com Michael Douglas, Val Kilmer, Bernard Hill, Tom Wilkinson. Em 1896, na África, o engenheiro inglês Kilmer, responsável por construção de estrada de ferro, enfrenta sérios problemas com dois leões nada pacíficos, um chamado Sombra, o outro, Escuridão. Segundo consta, ambos mataram cerca de 130 pessoas. Os nativos tremem. Val Kilmer chama reforço para combater os leões, o experiente caçador Remington (Douglas). Nem assim as coisas serão fáceis.

Vírus
Record, 22h15.
 
(Virus). EUA, 98, 100 min. Direção: John Bruno. Com Jamie Lee Curtis, William Baldwin, Donald Sutherland. Tripulação de um rebocador entra em navio russo abandonado. Ou aparentemente abandonado, já que ali forças alienígenas planejam formas macabras de tomar o mundo. E a parte boa do elenco é cruelmente vitimada pelo vírus dos filmes bestas, contra os quais não há vacina.

Pulp Fiction - Tempo de Violência
SBT, 23h30.
    
(Pulp Fiction). EUA, 94, 145 min. Direção: Quentin Tarantino. Com John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Bruce Willis, Maria de Mercedes, Quentin Tarantino. Três atos envolvendo crimes e criminosos: dois pistoleiros (Travolta e Jackson) preparam-se para executar seu trabalho; um boxeador (Willis) que não cumpriu o combinado com gângsteres é perseguido; um casal de pés-de-chinelo prepara-se para assaltar uma lanchonete. A construção circular do roteiro é inesperada; os atores são ótimos; Quentin Tarantino tem um talento explosivo. Sobra, talvez, um espírito novidadeiro que de vez em quando se mostra francamente dispensável. Mas um filme que se distingue da massa em geral.

Sete Dias para Viver
Globo, 23h35.
  
(Seven Days to Live). EUA, 00. Direção: Sebastian Niemann. Com Amanda Plummer, Sean Pertwee. Além de perder o filho, casal muda-se para uma casa abandonada e duvidosa, onde a mulher começa a sofrer de pesadelos. Ela busca ajuda junto ao antigo proprietário, sintomaticamente recolhido a um hospício. Inédito.

Limites da Sedução
Bandeirantes, 1h.
 
(Killer Looks). EUA, 1994, 87 min. Direção: Richard Pepin. Com Suzanne Browne, Len Donato. Você olha o título e o pensamento imediato é: "Lá vem besteira". Não dá outra. Ou antes, dá na história de jogos amorosos de casal (ela leva estranhos para a cama; ele aparece a horas tantas, ameaçando o cara) e de quando essa cretinice começa a desandar.

Desafio sem Limites
SBT, 2h30.
 
(Good Luck). EUA, 97, 95 min. Direção: Richard Labrie. Com Vincent D'Onofrio, Max Gail. Ex-jogador de futebol americano fica cego depois de acidente. Fica na pior, compreensivelmente. Um deficiente físico, a horas tantas, o convence a participar de uma regata. O que traz o homem de volta à vida e tal e tal.

Na Trilha do Sol
SBT, 4h15.
  
(Sunchaser). EUA, 1996, 122 min. Direção: Michael Cimino. Com Woody Harrelson, Anne Bancroft. Médico ateu é seqüestrado por adolescente com câncer terminal. A idéia do rapaz é encontrar um lugar mágico, que lhe traria a cura da doença. Mas o que conta mais é a trajetória do médico, que, em vista da atitude decidida do seu paciente, terminará por reencontrar a fé. OK, mas, vamos falar o que é: Michael Cimino está com a carreira acabada (salvo um milagre). Só para São Paulo.
(INÁCIO ARAUJO)

TV PAGA

Spottiswoode explica jornalismo a partir da guerra

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quase todos os bons filmes sobre jornalismo no cinema americano falam mal dos jornalistas. São pessoas sem ética, incapazes de compreender os estragos que provocam, malandros, predatórios, descrentes de qualquer coisa que não o próprio interesse.
Assim eles são retratados por Frank Capra, Howard Hawks, Billy Wilder, por exemplo. Fritz Lang também não é gentil com eles, mas Lang não era gentil com ninguém, de modo que ficam elas por elas. Que dizer de Orson Welles e seu "Cidadão Kane"?
Não é uma tendência universal. O Brasil mesmo é um país cujos filmes sempre vêem na imprensa uma instância purificadora: é nos jornais que se vai publicar a verdade até então impublicável. Aqui a imprensa é um tanto idealizada.
Daí "Sob Fogo Cerrado" ser um filme tão oportuno. Antes de ter um parti-pris sobre a atividade, sua intenção é mostrar como se dá o trabalho jornalístico. No caso, numa situação de batalha, na Nicarágua de 1979, tempo das lutas contra a ditadura Somoza.
Do ponto de vista político, o filme de Roger Spottiswoode é bastante liberal, no sentido em que expõe as muitas mazelas da diplomacia americana -e sua ligação com ditadores. Mas é o front o que mais conta. Mais até do que o triângulo amoroso entre a mulher e os dois homens.
Uma notícia, naquelas circunstâncias, é sempre um risco. E é desse risco que "Sob Fogo Cerrado" consegue nos falar sem afetações nem grandiloqüências, essas pragas que infestam o cinema.
E, já que de guerras e notícias se fala, a Fox exibe hoje (às 22h) "O Planeta dos Macacos", versão Tim Burton. Muito se falou sobre o fato de ser inferior à versão original, de Franklin Schaffner. É mesmo. No caso, não é nenhuma vergonha.


SOB FOGO CERRADO. Quando: hoje, à 0h, no Film & Arts.


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