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1964 - 40 ANOS DE GOLPE - 2004
Autores lembram golpe de 64 em textos inéditos; e clássico de Carlos Heitor Cony é reeditado
Aconteceu naquela noite
SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN
Naquela manhã de 1945, em que
explodiu a bomba de Hiroshima,
um japonês acordou, foi até o banheiro, abriu a torneira e, desconfiado de que aquele seu simples
gesto poderia ter detonado um
mecanismo infernal, morreu.
É assim que Carlos Heitor Cony,
78, ironiza os relatos pessoais que
se posicionam como eixo da história de determinado episódio.
Comparando-se ao assombrado
japonês da anedota, o escritor e
colunista da Folha diz que até hoje não compreendeu direito a "explosão" histórica que testemunhou, o golpe militar de 1964.
Como cronista do diário carioca
"Correio da Manhã", Cony foi um
crítico duro do regime que se impôs no país a partir da noite de 31
de março daquele ano. "Muitos
acharam que seria algo passageiro, de correção da ordem, e apoiaram. Mas eu já sabia que a coisa ia
piorar e que iria durar", diz.
O "making of" desses já históricos textos está em "A Revolução
dos Caranguejos", que integra a
coleção "Vozes do Golpe", lançada agora pela Companhia das Letras. Já as crônicas propriamente
ditas estão em "O Ato e o Fato", livro de 1964 que agora é devolvido
às prateleiras pela Objetiva.
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