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No Rio, seminários dissecam período
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Quarenta anos depois, o golpe
militar de 31 de março de 1964 será tema de três seminários, no
Rio, entre os dias 22 e 2 de abril.
A idéia é dissecar o período do
regime militar, analisado sob várias perspectivas (histórica, política, cultural, social) pela ótica de
personalidades da época, políticos, historiadores, militares, cineastas, dramaturgos, shows de
música, peças e leitura de poesias.
O primeiro seminário, mais
acadêmico, é o "40 Anos do Golpe: 1964/2004", organizado pelo
CPDOC (Centro de Pesquisa e
Documentação de História Contemporânea do Brasil), da Fundação Getúlio Vargas, em parceria
com a UFRJ e a UFF (Universidade Federal Fluminense). De 22 a
26 de março, pesquisadores vão
discutir luta armada, censura, repressão, milagre econômico, cultura, cinema e outro temas.
"Trata-se de um balanço da
atual historiografia sobre o golpe
de 64. Durante muito tempo, a
análise histórica sobre a ditadura
se baseou na análise memorialística, fundamentada em jornais.
Hoje, com acesso à documentação de fontes primárias, começamos a pensar em uma análise
mais interpretativa da época",
afirma o historiador Carlos Fico,
coordenador do Programa de
Pós-Graduação em História Social da UFRJ, um dos organizadores do seminário. Estarão presentes o sociólogo Chico de Oliveira,
da USP, e o historiador Jacob Gorender.
Gorender, aliás, estará nos outros dois seminários. Em "64+40:
Golpe e Campo(u)s de Resistência", organizado pelo CFCH
(Centro de Filosofia e Ciências
Humanas) da UFRJ, o historiador
será um dos palestrantes da mesa
"Ditadura e Resistência". De 29 de
março a 2 de abril, serão discutidos variados temas sobre a época.
Gorender também será uma das
atrações do seminário "Pensando
1964" -de 23 a 26 de março, no
CCBB,do Rio-, que contará com
as participações do brasilianista
Thomas Skidmore, do poeta Ferreira Gullar e dos historiadores
Celso Castro (FGV) e Daniel Aarão Reis Filho (UFF).
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