|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Golpe inspira
coleção de
relatos e ficção
DA REDAÇÃO
"Vozes do Golpe", uma
simpática coleção de pequenos livros, reúne quatro nomes da literatura nacional
em textos encomendados
para marcar os 40 anos do
golpe de 1964. Idealizada pelo gaúcho Moacyr Scliar, a
coletânea é composta de
dois textos de ficção e dois
relatos pessoais.
Scliar é autor de um deles,
"Mãe Judia, 1964", sobre um
médico recém-formado que
é levado pela diretora da clínica em que trabalha a colocar um gravador numa capela para obter declarações
de uma misteriosa mulher.
A outra ficção, assinada
pelo também gaúcho Luis
Fernando Verissimo, é a divertida "A Mancha", que
conta a história de um homem que reencontra por
acaso o prédio em que foi
torturado durante a ditadura, compra-o e depois não
sabe o que fazer nem com o
imóvel nem com suas lembranças do período.
"Não tive atuação política
e, na época do golpe, eu estava em lua-de-mel. Então tenho até boas recordações,
pessoalmente. Mas sofri as
conseqüências da ditadura
depois, atuando na imprensa", disse o escritor à Folha.
Já em "Um Voluntário da
Pátria", Zuenir Ventura narra os acontecimentos a partir de sua experiência pessoal. O escritor deixara o Rio
num Fusca, com a mulher
grávida, e chegara a Brasília
no dia 31 de março. "Queria
devolver a sensação que me
causou aquele dia. Havia
uma guerra de boatos e uma
estupefação generalizada",
disse.
(SC)
VOZES DO GOLPE - De: Moacyr
Scliar, Luis Fernando Verissimo,
Zuenir Ventura, Carlos Heitor
Cony. Editora: Companhia das
Letras. Quanto: R$ 41 (336 págs.).
Texto Anterior: História: "Minha voz era a de um alienado", diz Cony Próximo Texto: No Rio, seminários dissecam período Índice
|