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Bispa Sonia chora,
e evangélicos aprovam o longa
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela agüentou por quase uma
hora, até o momento em que
pedaços do corpo de Jesus começaram a jorrar pela tela.
Com as primeiras chibatadas
de "A Paixão de Cristo", a bispa
Sonia Hernandes, fundadora
da Igreja Renascer em Cristo,
não conteve as lágrimas.
Ela e outros três representantes de diferentes correntes
evangélicas assistiram ao filme
ontem, a convite da Folha, no
Unibanco Arteplex, do shopping Frei Caneca (SP).
Todos gostaram, disseram
ser um retrato fiel da história,
não anti-semita, e pretendem
discuti-lo com os fiéis nos cultos. "O que vimos foi uma retratação perfeita das últimas
horas de Cristo", disse o pastor
Othoniel de Oliveira Queiroz,
da Igreja Batista Santa Fé.
"O filme é forte, mas não esperava que fosse diferente. E
não propaga a violência. Mostra o que é ser vítima do sofrimento", disse Hernandes, 45.
Para o pastor Eliel Batista, da
Assembléia de Deus de Betesda, o longa faz mais sentido a
quem conhece o Evangelho,
mas precisaria de contextualização para quem não sabe a
história. "Para quem não tem
consciência da crucificação,
perde um pouco o sentido. As
cenas violentas ficam sem a
verdadeira conexão." Também
não crê que Gibson culpe os judeus. "Ele demonstra que há
potencial de violência em qualquer povo. Talvez os judeus estejam preocupados porque o
filme mostra que são iguaizinhos a nós. Brasileiro é tão capaz de violência quanto judeu."
"É egoísta falar de um ou outro grupinho. Ali há judeus que
exageram e os que se compadecem, assim como romanos",
falou a bispa. "Estão manipulando para a análise anti-semita. O filme mostra o povo de
Deus que rejeitou Seu filho",
disse o pastor Eber Cocareli, assessor de R.R. Soares (Igreja Internacional da Graça de Deus).
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