São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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crítica

"Spirit" é infeliz monstrengo em forma de filme

CRÍTICO DA FOLHA

Em relação a adaptações de HQs para cinema, a temporada de 2008 teve dois extremos: "Batman - O Cavaleiro das Trevas", com bilheteria planetária de US$ 1 bilhão e prestígio, e "The Spirit", compêndio de equívocos artísticos e comerciais.
"Batman" e outros bem-sucedidos no gênero, como "Homem-Aranha" e "X-Men", ensinam que quadrinhos são uma coisa e cinema é outra. A tal da "fidelidade", que os fãs dos personagens cobram, precisa ser entregue em outra língua, ou não haverá o que ser entregue.
Aqui, já se começa por confundir um meio com outro: o diretor Frank Miller -quadrinhista de primeira que codirigiu "Sin City" (2005)- busca um modo de filmar parecido com a linguagem gráfica dos quadrinhos, nas cores, nos enquadramentos e nos movimentos.
O resultado é um monstrengo híbrido que, lembrando o grafismo de desenhos animados, não se impõe como cinema, muito menos como tributo à HQ de Will Eisner. Opções duvidosas foram acompanhadas por lambanças, como a escolha infeliz de Gabriel Macht para o papel do herói sobrenatural.
Uma boa trama ajudaria. Mas, sem público-alvo definido (adulto ou infanto-juvenil?), Miller -que assina ainda o roteiro- constrange Samuel L. Jackson e Scarlett Johansson a defender algo em que não parecem acreditar. (SR)


THE SPIRIT - O FILME

Produção: EUA, 2008
Direção: Frank Miller
Com: Gabriel Macht, Samuel L. Jackson, Scarlett Johansson
Quando: em cartaz nos cines Eldorado, Interlagos e circuito
Classificação: não indicado a menores de 14 anos
Avaliação: ruim



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